The Party (1968) foi um filme que começou periclitante – o guião tinha originalmente apenas 56 páginas – e passou ao lado do sucesso na bilheteira até se ter transformado com os anos num daqueles filmes de culto. Realizado por Blake Edwards e protagonizado por um Peter Sellers a quem se terá dado carta-branca para criar as cenas disparatadas que estendessem o filme das 56 páginas para uma hora e meia de duração, já o vi ser comparado aos filmes contemporâneos de Jacques Tati. Talvez, mas o resultado final é sobretudo um show de gags de Peter Sellers.
Mas o destaque, que me levou a dar o título ao poste classificando muitos comentadores com uma expressão que retirei do filme (birdie num num), vai inteiro para a cena acima: como a personagem de Sellers, parece haver uma apreciável percentagem dos nossos comentadores televisivos que têm a mesma compulsão dele para o microfone, que se embriagam com o som da própria voz ao verem os traços erráticos na linha do ecrã do osciloscópio, e não conseguem prescindir mostrar ter uma opinião sobre tudo, nem que ela possa ter a pertinência de...um birdie num num.
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