Porém, a verdade crua é que os genocídios não podem ser bem sucedidos se não contarem com a colaboração pelo menos passiva e muitas vezes activa das sociedades onde têm lugar. A crueldade somos nós, como o demonstra bem a fotografia das centenas de catanas (quantas delas estarão sujas de sangue?...) apreendidas quando do genocídio no Ruanda em 1994, que não teve um responsável para inculpar nem grandes tecnologias para ser perpetrado…
31 julho 2010
GENOCÍDIO
Porém, a verdade crua é que os genocídios não podem ser bem sucedidos se não contarem com a colaboração pelo menos passiva e muitas vezes activa das sociedades onde têm lugar. A crueldade somos nós, como o demonstra bem a fotografia das centenas de catanas (quantas delas estarão sujas de sangue?...) apreendidas quando do genocídio no Ruanda em 1994, que não teve um responsável para inculpar nem grandes tecnologias para ser perpetrado…
30 julho 2010
ABSURDOS
29 julho 2010
VETERANOS E VETERANOS - AINDA A PROPÓSITO DAS MEDALHAS & BARRAS
¹ Simplificadamente: parte importante daquilo que escrevi foi omitido. Foi por lapso (sic). vim a descobrir, mas o lapso ainda hoje se mantém...
COM ELEGÂNCIA E DISCRIÇÃO
INTIMIDADES QUE EU NÃO MEREÇO
A outra abordagem era, obviamente, tentar combater o problema através da distribuição de preservativos e, como se pode ler no cartaz acima, promovendo o seu uso pelos soldados. "Cruzar os Dedos" não vai evitar as doenças venéreas – lê-se em cima – mas um profiláctico evita – conclui-se em baixo. Note-se contudo, apesar de toda a abertura, o cuidado excessivo (senão mesmo o pudor…) em designar o preservativo no cartaz por prophylaxis quando o seu nome vulgar em inglês é condom…
28 julho 2010
O BUFFET CHINÊS
26 julho 2010
WITH A LITTLE HELP FROM MY FRIENDS BUT WITHOUT ANY HELP AT ALL FROM JOE COCKER*
O vídeo acima é de uma canção dos Beatles With a Little Help from My Friends (Com Uma Pequena Ajuda Dos Meus Amigos), pertencente ao álbum Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band (A Banda do Clube dos Corações Solitários do Sargento Pepper) de 1967. Por curiosidade, refira-se que a canção (com 2:44 de duração) aparece em segundo lugar nesse álbum e musicalmente ligada à canção inicial, precisamente a que lhe dá o nome. Quanto ao vídeo abaixo é de uma versão dessa mesma canção cantada dois anos depois, no festival de Woodstock por Joe Cocker e tornou-se para mim no símbolo daquelas versões que não acrescentam nada à versão original a não ser tempo (a nova versão demora o dobro da original a ser cantada…) e uma pose excessiva e incompreensivelmente histriónica do intérprete…
*Com uma pequena ajuda dos meus amigos mas sem ajuda nenhuma de Joe Cocker
24 julho 2010
ASNEIRA & BARRA
A culpa é da minha disponibilidade de férias e da consequente aquisição do Expresso, coisa que raramente faço. Ali, na página 8 na terceira coluna da notícia do topo, escreve-nos o aclamado e anteriormente distinguido jornalista Ricardo Costa, enviado da impresa a Angola: Pudera: o PIB da Guiné Equatorial já é superior ao da Itália, apesar de mais de metade da população viver com menos de um dólar por dia. Para os entendidos, perceber-se-á tão bem o que Ricardo Costa quereria dizer, como aquilo que ele confundiu, e pelos vistos ninguém na revisão do artigo se apercebeu a ponto de rectificar.
A verdade é que a Guiné-Equatorial é um país de quase 700 mil habitantes e a Itália um de 60 milhões. O PIB da Itália é cerca de 200 vezes maior que o da Guiné-Equatorial. Ao escrever que o PIB do pequeno país africano seria superior ao italiano, Ricardo Costa deveria querer referir-se à capitação do valor do PIB por habitante, um indicador completamente distinto, mas nem isso é verdade. O PIB per capita em Itália rondou (em 2009) os 35 mil dólares e o da Guiné-Equatorial os 15 mil… Costa já havia aqui sido distinguido por outra Asneira. Merece agora receber uma Barra…
22 julho 2010
VOU ALI JÁ VENHO…
21 julho 2010
PORQUE SE TRAVAM AS BATALHAS?
A título de exemplo, a batalha mais antiga do quadro foi a de Azincourt, travada em 1415 e ganha por 6.000 ingleses contra 20.000 franceses. Como aconteceu nesse caso e como se vê pelo resto do quadro nem sempre é o maior exército o vencedor da batalha. Porém, a imagem de conjunto das batalhas do quadro aponta-nos para um razoável equilíbrio entre os efectivos dos beligerantes. O que é lógico. Já li vezes demasiados comentários a batalhas feitos posteriormente que esquecem uma evidência: quando as duas partes se engajam na batalha é porque ambas têm esperanças razoáveis de vencer o confronto que se inicia…
POSTES À GANDA RODOLFO!!!
Em suma, percebe-se que o Rodolfo é um imbecil mas que tem os seus admiradores que serão tão, ou provavelmente ainda mais, imbecis do que ele. E, como se deduzirá do sketch, possuí-los, a esses admiradores dinâmicos de baixo QI, parece ser algo muito importante na actualidade, também aqui na blogosfera. Porque um bom poste de reacção a um outro precisará de um certo aconchego de comentários reconfortantes que isso sempre impressiona o próprio e a audiência. Os comentários equivalem-se em substância aos Pan!, Tumba!, Pumba! e outras onomatopeias que ouvimos a Tiago Dores em apoio do seu inteligente amigo mas isso é o menos... Só por isso vale a pena dar a postes como estes a classificação de postes À Ganda Rodolfo!!!…
20 julho 2010
VLADIMIR KANE ULIANOV
UNANIMIDADE DEMOCRÁTICA
19 julho 2010
A VERDADEIRA PUTA
Porém, a História ensina-nos que uma multidão nunca teve quaisquer convicções, apenas aquele instinto primitivo de se juntar aos vencedores. Porque a ter existido uma puta então ela foi a esmagadora maioria da sociedade francesa. Basta compararmos a recepção (acima) que foi granjeada pela cidade de Nancy ao Marechal Pétain em Maio de 1944 (um mês antes do desembarque do Dia D) com a propiciada pela mesma cidade ao seu rival, o General de Gaulle (abaixo) quatro meses depois…
18 julho 2010
FOTOGRAFIAS DO PASSADO LONGÍNQUO QUE SE TORNARAM SIGNIFICATIVAS NO PASSADO RECENTE
Numa fotografia muito mais institucional e canónica, tirada provavelmente no princípio dos anos noventa durante um comício ou na Festa do Avante e em plano ligeiramente inferior ao dos fotografados conforme a ortodoxia estética, vemos Carlos Carvalhas, já então prometido para sucessor (e ao lado) de Álvaro Cunhal, enquanto num plano ligeiramente mais recuado aparece o sucessor dos dois, Jerónimo de Sousa.
Conseguir uma fotografia equivalente para o PSD é que será impossível tal a rotação e diversidade dos titulares do cargo de Presidente do PSD depois de Cavaco Silva. Em substituição, fica esta fotografia dos anos dourados do cavaquismo onde se pode identificar, da esquerda para a direita, Mendes Bota, ??, Dias Loureiro (a propósito, que é feito dele e do assunto BPN?...), Fernando Nogueira, Cavaco Silva e Eurico de Melo. Na fila de trás reconhecem-se ainda Luís Filipe Menezes e, um pouco mais distante, Durão Barroso. Ficam a faltar Marcelo Rebelo de Sousa, Pedro Santana Lopes, Luís Marques Mendes, Manuela Ferreira Leite e Pedro Passos Coelho, e para os ter juntado a todos casualmente numa fotografia teria sido mesmo preciso que Jesus Cristo tivesse descido à Terra...
17 julho 2010
TV NOSTALGIA – 50
16 julho 2010
NUMA SEMANA…
Uma semana dá para tentar esquecer o óbvio: é a citação da frase da notícia da primeira página da edição da semana passada que está em questão (abaixo). Nesta semana o Sol dedica a sua última página a tentar dar uma volta (de 360º) ao assunto: o jornal continua a recusar-se a disponibilizar a transcrição literal da gravação da conversa do jornalista com Carlos Queiroz sonegando-nos a capacidade de podermos julgar por nós se a citação que o jornal fez das afirmações de Carlos Queiroz¹ era adequada ou era abusiva, como este último reclamava. Ao menos a justificação para não o fazer continua a ser o mesmo disparate, semana pós semana...
¹ Como se vê pela imagem acima a frase “Tendo em conta a estrutura amadora da Federação, as coisas correram muito bem à Selecção” está entre aspas, o que é a regra para uma citação em discurso directo.
OS CAVALOS TAMBÉM SE ABATEM
Mais de 40 anos depois da sua estreia, tenho muitas dúvidas se o filme ainda continua a cumprir essa missão…
15 julho 2010
CONTESTAÇÃO NA CULTURA
- Michael, importas-te de esperar lá fora? Estou a falar com a Costa (Costa Oeste dos Estados Unidos, provavelmente a Califórnia).
- Esta também é uma costa, George. Nova Iorque também fica numa Costa (Leste).
- Jesus! Sy?... Sy?... Olha o que fizeste. Margaret?... Margaret?... Tenta apanhá-lo outra vez que a chamada caiu. O que é que aconteceu, Michael?
- Terry Bishop vai fazer o Iceman Cometh, não é? Tu não me disseste que ias ver se me conseguias esse papel? Estou enganado? Não ias ver se eu conseguia uma audição? Não és o meu agente?...
- Stuart Pressman queria um nome, Michael.
- Ah, e então Terry Bishop é um nome…
- Não, não, Michael Dorsey é que é um nome. Quando se quer sarilhos, Michael Dorsey é um nome.
Michael faz tenção de sair.
- Espera aí, espera aí. Vamos lá a recomeçar a conversa outra vez do princípio. Terry Bishop entrava numa telenovela. Milhões de pessoas viam-no diariamente. É conhecido.
- E isso qualifica-o para arruinar Iceman Cometh quando eu sou não sei quantas vezes melhor que ele e até já fiz aquele papel em Minneapolis?
- Se o produtor queria um nome foi opção dele. Eu sei que isto te vai deixar triste, Michael, mas há uma data de gente que anda neste negócio para ganhar dinheiro.
- Disseste isso como se fosse para me atingir, George. Eu também estou nesta actividade para fazer dinheiro.
- Ah é?!
- Sim!
- O «Teatro de Harlem para Cegos»? «Strindberg no Parque»? O «Workshop Popular de Siracusa»?
- Ok, espera aí. Eu representei nove peças em oito meses em Siracusa. Acontece que consegui críticas elogiosas dos críticos nova-iorquinos, o que até nem era a minha preocupação principal.
- Claro que não. Deus te proíba de perderes essa tua atitude de fiasco cultural.
- É o que achas que eu sou, George? Um fiasco?
- Não me vou deixar arrastar para esse tipo de conversa. Não vou.
- Ok. Mandei-te uma peça de um amigo meu para tu leres que tinha um papel espectacular para mim. Leste-a?
- Por que raio é que me mandaste aquela peça do teu amigo em que interpretarias o papel principal? Sou o teu agente, não sou a tua mãe. Não é suposto arranjar peças para tu brilhares – é suposto arranjar-te ofertas de emprego. É isso que eu faço.
- Ofertas de emprego? Quem é que te contou essa, algum agente lírico? Aquilo é uma coisa de qualidade. E eu podia ser extraordinário a representar aquele papel.
- Michael, ninguém vai produzir aquela peça.
- Porquê?
- Porque é deprimente, para começar. Porque ninguém quer produzir uma peça a respeito de um casal que se voltou a instalar em Love Canal.
- Mas aquilo aconteceu mesmo.
- E QUEM É QUE SE RALA COM ISSO?! Ninguém está disposto a pagar 20 dólares para ver outros a viver na vizinhança de detritos químicos. Para isso podem ir logo ali a Nova Jérsia.
- Está bem, não quero discutir isso. Sou eu que vou arranjar os 8.000 dólares para produzir a peça e estou disponível para entrar em tudo o que me possas arranjar. Tudo! Até faço anúncios de televisão para cães. Faço dobragens para a rádio...
- Michael, não te consigo fazer isso.
- Porque não?
- Porque ninguém te quer contratar.
- Isso não é verdade. Sabes que eu me empenho até aos limites para que o meu trabalho saia bem. Sabes bem que sim.
- E entretanto consegues dar cabo da paciência de todos os outros que lá estão. Estive quatro semanas para te conseguir arranjar um papel numa peça, chegas lá e arranjas logo uma confusão por causa de Tolstoi, que não pode andar enquanto morre, ou andar e falar ao mesmo tempo ou cantar e…
- Isso foi há dois anos atrás e aquele gajo é um idiota.
- Reconhece uma evidência, Michael, tu arranjas discussões com toda a gente. Tens uma das piores reputações nesta cidade, Michael. Ninguém te quer contratar.
- Estás a dizer que ninguém em Nova Iorque quer trabalhar comigo?
- Não, não, estás a ser modesto… também ninguém de Hollywood quer trabalhar contigo. Nem num anúncio de televisão te consigo encaixar. Era para fazeres um tomate durante 30 segundos – demoraram mais meio-dia de filmagens suplementares porque tu não te querias sentar.
- Claro. Não tinha lógica.
- TU ERAS UM TOMATE! UM TOMATE NÃO TEM LÓGICA! UM TOMATE NEM TEM DE SE MEXER!
- FOI O QUE EU LHES DISSE! Se não se mexe, como é que ele se pode sentar George? Eu era um tomate: sexy, sumarento e apetitoso. Ninguém interpreta vegetais como eu! Uma vez fui fazer uma soirée de vegetais. Fiz o melhor tomate, o melhor pepino… até fiz uma salada de endívias que arrasou os críticos!
- Michael! Estou a tentar manter-me calmo. Tu… tu és um actor maravilhoso.
- Obrigado.
- Mas és demasiado conflituoso. Tenta tratar-te.
- Ok. Obrigado. Vou arranjar os 8.000 dólares e produzir a peça do Jeff.
- Michael. Não vais conseguir arranjar 25 cêntimos! Ninguém te vai contratar.
- Ah é?...
14 julho 2010
A EXPRESSÃO DO DOUTOR GOEBBELS
Intelectualmente porém, Goebbels, que se doutorara em 1921 pela Universidade de Heidelberga mas depois falhara profissionalmente como escritor e como jornalista, era alguém temido tanto por inimigos como por rivais. A fotografia abaixo, foi tirada em Genebra, sede da Sociedade das Nações (SdN), em Setembro de 1933, seis meses depois dos nazis terem chegado ao poder. O discurso que Goebbels ali proferiu era conciliador e intitulava-se Um Apelo às Nações. Mas a expressão de Goebbels no instantâneo abaixo parece-nos agora muito mais genuína sobre o que o Mundo poderia vir a esperar da sua Alemanha no futuro…
13 julho 2010
OS PALPITES E AS VERDADEIRAS SOLUÇÕES
As soluções, para o serem, têm que ser sérias, justas, exequíveis e aplicáveis na prática (vale a pena ler a tira de BD acima, clicar em cima dela para a ampliar). E na actividade política, competiria aos jornalistas fazerem esse escrutínio. Por exemplo, se um político se propuser que se revendam os novos submarinos sem os empregar, é indispensável que nos esclareça por quanto e a quem os está a pensar vender… Não se trata apenas da inventiva ideia de os vender. A solução é descobrir o comprador e negociar e vender os submarinos, assumindo o prejuízo de centenas de milhões de euros que custaria essa operação.
Quando um ex-ministro das finanças de há 25 anos atrás, afirma garbosamente que a sua solução passaria pela redução dos vencimentos dos funcionários públicos com um corte na banda dos 15, 20, 30% -- 15% sem dúvida, 20% provavelmente e esclarecendo que era A cru. Sem explicar nada. Ou melhor, explicando que ou é assim ou não é. Não querem, então não se faz, é imperativo que os jornalistas o questionem com que maioria parlamentar estará ele a contar para que se aprove tal medida na AR. Ou então com que unidades militares estará a contar para dar um golpe de estado…
OS BRANCOS POBRES DA ÁFRICA DO SUL
Durante as décadas do apartheid e mesmo depois da sua abolição, por causa dos imperativos da propaganda política, a comunidade dos brancos pobres foi completamente apagada do panorama sul-africano. É verdade que, em média, os sul-africanos de ascendência europeia viviam e ainda vivem muito melhor que os seus compatriotas de outras ascendências.
O que não invalida que, em termos de distribuição de riqueza, as duas comunidades brancas, especialmente a dos bóeres, sempre tivessem sido (e hoje são-no ainda mais) transversais à sociedade sul-africana: há pobres e ricos. Há quem estime que cerca de 10% das comunidades brancas (ou seja 450 mil dos 4,5 milhões) vivam actualmente na situação de pobreza.
12 julho 2010
QUEM É ESTÚPIDO NÃO SABE SER IRÓNICO
Que o clã dos jornalistas na blogosfera se incendiasse com o primeiro episódio não me surpreendeu. Que o mesmo clã se calasse comprometidamente (com excepções) quando do segundo também não. Que o exemplar de clã por mim escolhido para exemplificar a falta de coerência e o corporativismo da classe reagisse à nomeação que dele fizera, também disso haveria uma probabilidade alta. Mas que este o fizesse acusando-me de falta de lógica escudando-se numa espécie de referência a Descartes é que me pareceu um disparate…
Só quem quiser mesmo embarcar naquele estilo superficial à Pedro Correia é que aceitará aquela evocação descabida à (falta de) lógica cartesiana. Eu teria preferido que ele o tivesse lido (ao Discurso de Descartes) e, no caso pior de o ter já feito, tivesse compreendido alguma coisa daquilo que lá está escrito. Para não escrever asneiras. Sob pena de me fazer arrepender de o ter sobrevalorizado como exemplar mediano da classe (de mediana, medida estatística de tendência central) quando porventura o deveria ter classificado de exemplar medíocre (em valor absoluto).
Porque, quanto à lógica da frase que utiliza no poste, querendo parafrasear espirituosamente Descartes (sou insultado, logo tenho falta de ética), ela é de uma estupidez inqualificável. Nem como ironia presta. Como diria o físico Wolfgang Pauli (acima), nem sequer chega a estar errada em termos de lógica. A ironia é uma forma superior de humor e é triste vê-la assim maltratada. Não o escrevo como insulto, apenas como constatação. Lamentavelmente para Pedro Correia, é uma insuficiência sua que não muda com a temperatura, a pressão ou as estações do ano...
Adenda: Já imaginaram o meu embaraço se a pessoa que acima apodei de estúpida tivesse compreendido a razão de a ter qualificado como tal? É que lhe teria de pedir justificadíssimas desculpas públicas pelo meu erro. Mas não, apenas se indignou, que é o melhor que os jornalistas sabem fazer nos tempos que correm, indignarem-se com os insultos que recebem, independentemente da causa que desencadeou o insulto… À despedida, o estúpido que ficou sem perceber porque o é, usou Eça de Queiroz que também serve para citações de prestígio mas é de emprego menos ameaçador que René Descartes que escreveu sobre filosofia, lógica, matemática e geometria.
O FESTIVAL DA OVOVISÃO
11 julho 2010
O ÁUGURE
10 julho 2010
PRONÚNCIA DE ONDE?
Gostaria que prestassem atenção às imagens do vídeo acima (ou então deste, muito idêntico). Se a canção se intitula Pronúncia do Norte, as imagens que se sucedem são exclusivamente da cidade do Porto, como se, na opinião dos autores dos vídeos, o Porto e o Norte não passassem da mesma coisa... Como se Isabel Silvestre (a vocalista, conjuntamente com Rui Reininho, que por sinal é originária da Beira) tivesse uma pronúncia tipicamente tripeira… Não deixa de ser irónico que, sendo uma das acusações dos paladinos nortenhos a do comportamento sobranceiro dos lisboetas em relação ao resto do país, o que acaba por resultar dos vídeos é uma atitude equivalente dos portuenses em relação ao resto da Grande Região em que se inserem...
É VIGARISTA, É DESONESTO, É ALDRABÃO E É EXECRÁVEL
09 julho 2010
MULTIDÕES À BEIRA MAR
Há uma outra fotografia famosa em que o tema é também uma multidão à beira-mar num dia de Verão (abaixo). Só que esta outra multidão não está ali propriamente em lazer, trata-se de refugiados albaneses a chegarem a Itália. Estava-se em 1991, o Muro de Berlim caíra, e alguns milhares de habitantes do paraíso albanês haviam sequestrado o navio para emigrarem para Itália, reatando as rotas marítimas seculares do Sul do Mar Adriático que a Guerra-Fria bloqueara. As imagens daquela e doutras fugas iriam acabar de vez com a militância dos comunistas ingénuos. Ficava a restar a dos comunistas devotos…
08 julho 2010
A MORTE, O FUNERAL E A SUCESSÃO DE ESTALINE
Numa sociedade tão reservada, estratificada e formal como a sociedade soviética, a disposição dos cortesãos nas cerimónias importantes (como era o caso deste funeral de estado) que nos podia informar sobre qual seria a correlação de forças – é deliciosa esta expressão clássica do jargão comunista!... – dentro da cúpula dirigente do aparelho. Tentar antecipar quem seria o sucessor de Estaline passava por identificar quem seguia atrás do seu caixão (abaixo).
Na primeira fila e de mais longe para mais perto da objectiva do fotógrafo pode-se identificar Vyacheslav Molotov, Nikolai Bulganin, Lazar Kaganovich, Kliment Voroshilov, Georgy Malenkov, Zhou Enlai (realce-se o destaque que foi concedido ao dirigente chinês...), Lavrenty Beria e Nikita Khrushchev. O penúltimo foi fuzilado. Foi o último a ficar com a herança, conseguindo afastar os restantes mas sem os ter executado, uma vitória política que fora até então inédita na União Soviética…
07 julho 2010
UMA HISTÓRIA SIMPLIFICADA DO ESTATORREACTOR APLICADO À AVIAÇÃO
Passaram-se 40 anos antes de um avião-protótipo equipado com o motor idealizado por René Lorin e concretizado por um seu continuador, René Leduc, ter voado pela primeira vez. Como o estatorreactor só começava a funcionar a partir dos 500 km/h era preciso lançar o avião (baptizado de Leduc 010) às costas de um avião transportador (acima). Estava-se em 1949, dois anos depois do Bell X-1 norte-americano ultrapassar Mach-1 a 1.300 km/h, mas Leduc previa que o seu protótipo conseguisse atingir os 2000 km/h…
Porém, imbatível em velocidade, qualquer avião equipado de estatorreactor teria que solucionar a forma como atinge a velocidade inicial para o activar. No 1500 Griffon II (acima) os franceses colocaram dois motores: um reactor clássico e um estatorreactor, daí o nome do protótipo, Grifo, como o animal mitológico que era metade águia e metade leão. O protótipo bateu recordes de velocidade (2330 km/h – Mach 2,19) em 1958, mas a essas velocidades outro problema se veio a colocar: o da resistência dos materiais ao calor…
A solução técnica consistiria em substituir o aço por outras ligas (como o titânio), o que tornaria astronómicos os custos de produção da nova aeronave. Só os Estados Unidos é que tinham condições financeiras para continuar a desenvolver um programa tão caro. E a solução encontrada foi a criação de um motor misto combinando os dois sistemas de funcionamento (o Pratt & Whitney J58 - acima) para equipar um avião de reconhecimento (o SR-71 - abaixo), capaz de ultrapassar Mach 3 e atingir os 3500 km/h.
No total, apenas 32 SR-71 foram construídos, dos quais 12 (37,5%) perderam-se em acidentes durante os 32 anos (1966-1998) em que o avião esteve no activo...