O gesto do deputado Ricardo Rodrigues ao roubar os dois gravadores
é indesculpável (acima). Já se devia ter demitido há muito. Porém, atente-se como ele foi repetidamente provocado, com a insistência das perguntas que os jornalistas lhe estavam a colocar sobre um processo sobre pedofilia de há sete anos atrás em que (
sic),
nada fora provado,
ele não fora arguido em nada, e tudo se resumia a uma questão (
sic)
de boatos sobre pedofilia nos Açores. Nada disso desculpa o que fez na altura nem, tão pouco o enredo inverosímil que criou posteriormente.

O jornalista Pedro Prostes da Fonseca parece ter
forjado uma entrevista de que o seu jornal (o
Sol) aproveitou uma hipotética frase polémica para título de capa (acima). O entrevistado, Carlos Queiroz, beneficiando do interesse da restante comunicação social e da sua projecção mediática, reagiu chamando-lhe tudo:
vigarista, aldrabão, desonesto e execrável. Com a sua honra em jogo suponho que jornal e jornalista poderiam e deveriam ter reagido desmentindo Queiroz factualmente com as
gravações áudio que diziam ter em seu poder.
Não o fizeram...
Que o clã dos jornalistas na
blogosfera se
incendiasse com o primeiro episódio não me surpreendeu. Que o mesmo clã se
calasse comprometidamente (com
excepções) quando do segundo também não. Que
o exemplar de clã por mim escolhido para exemplificar a falta de coerência e o corporativismo da classe reagisse à nomeação que dele fizera, também disso haveria uma probabilidade alta. Mas que este o fizesse acusando-me de falta de lógica
escudando-se numa espécie de referência a Descartes é que me pareceu um disparate…
Só quem quiser mesmo
embarcar naquele estilo superficial
à Pedro Correia é que aceitará aquela evocação descabida à (falta de)
lógica cartesiana. Eu teria preferido que ele o tivesse lido (ao
Discurso de Descartes) e, no caso pior de o ter já feito, tivesse compreendido alguma coisa daquilo que lá está escrito. Para não escrever asneiras. Sob pena de me fazer arrepender de o ter sobrevalorizado como exemplar
mediano da classe (de
mediana, medida estatística de tendência central) quando porventura o deveria ter classificado de exemplar
medíocre (em valor absoluto).

Porque, quanto
à lógica da frase que utiliza no poste, querendo parafrasear espirituosamente Descartes (
sou insultado, logo tenho falta de ética), ela é de uma estupidez inqualificável. Nem como ironia presta. Como diria o físico
Wolfgang Pauli (acima),
nem sequer chega a estar errada em termos de lógica. A ironia é uma forma superior de humor e é triste vê-la assim
maltratada. Não o escrevo como insulto, apenas como constatação. Lamentavelmente para Pedro Correia, é uma insuficiência sua que não muda com a temperatura, a pressão ou as estações do ano...
Adenda:
Já imaginaram o meu embaraço se a pessoa que acima apodei de estúpida tivesse compreendido a razão de a ter qualificado como tal? É que lhe teria de pedir justificadíssimas desculpas públicas pelo meu erro. Mas não, apenas se indignou, que é o melhor que os jornalistas sabem fazer nos tempos que correm, indignarem-se com os insultos que recebem, independentemente da causa que desencadeou o insulto… À despedida, o estúpido que ficou sem perceber porque o é, usou Eça de Queiroz que também serve para citações de prestígio mas é de emprego menos ameaçador que René Descartes que escreveu sobre filosofia, lógica, matemática e geometria.
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