Em África a morte política ainda é, frequentes vezes, o sinónimo de morte física. A fotografia acima data de Fevereiro de 2002 e passa-se em Angola. Ao fim de uma perseguição de várias décadas as forças militares governamentais angolanas haviam finalmente apanhado e liquidado Jonas Savimbi, o líder da UNITA que havia regressado à guerrilha depois de 1992. A fotografia mostra o seu cadáver sem qualquer dignidade, de meias, depois de lhe terem roubado o que calçava, e de calças em baixo, expondo umas boxers de riscas azuis e brancas. Dando-lhe o retoque político final, um dos autores da proeza exibe a bandeira vermelha e verde da UNITA com o seu famoso galo negro.
Por muito chocante que seja esta divulgação crua da fotografia com o cadáver de Jonas Savimbi, houve quem tivesse feito pior… Em meados de 1990, quando o poder governamental na Libéria se desagregara, o próprio Presidente liberiano Samuel Doe acabou por ser capturado, interrogado e torturado por um dos líderes de uma das facções que se haviam insurgido (vídeo acima). Posteriormente, foi morto e o seu cadáver exibido todo nu numa fotografia que também correu mundo (abaixo). O carácter heterogéneo do armamento exibido pelos executores (AK-47, M-16, FN) era um indício de que os captores não pertenciam a um exército regular. Nem sequer irregular. Fora obra dum gang.
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