
Há uns quatro meses atrás, contei aqui neste
blogue a história sumária de Robert McNamara e do seu papel marcante como Secretário da Defesa durante a Guerra do Vietname (1961-1968).
Valerá a pena relê-la para apreciar em toda a sua plenitude a ironia de uma notícia que mão amiga e atenta me fez chegar sobre a prevalência que o
PowerPoint alcançou para sustentar os estudos e apresentações das situações militares nas Forças Armadas norte-americanas.

Intitulado
Encontrámos o Inimigo e Ele chama-se PowerPoint,
o artigo do NYTimes faz uma discrição que oscila entre o sóbrio e o irónico sobre o uso e abuso daquele utilitário entre os militares norte-americanos. O exagero já chegou a um limite em que um comandante de um pelotão colocado no Iraque, quando questionado em que é que ele gastava mais tempo deu a resposta:
a fazer slides
de PowerPoint. Instado a responder a sério, ele disse que
estava a falar a sério…

Mas o clímax do absurdo atingir-se-á quando se vê um dos
slides (acima) que foi apresentado pelo próprio
General McChrystal quando pretendeu
explicar a complexidade da estratégia militar norte-americana para o Afeganistão… De tão
evidente, o próprio acabou demarcando-se da cena por que o seu
Staff o estava a fazer passar, ao comentar secamente: -
…e quando percebermos aquele slide
todo, então é porque teremos ganho a Guerra. A audiência rebentou em gargalhadas.

Depois de os militares terem rejeitado os seus métodos há 42 anos, argumentando que a gestão de uma grande empresa e a condução de uma guerra contra-subversiva são dois
negócios diferentes, Robert McNamara (que morreu no Verão passado) acaba por se ver
vingado quando os quadros militares modernos caem precisamente nas mesmas armadilhas de
excesso de informação que
os compêndios de gestão de empresas andam há mais de uma década a tentar solucionar…
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