À força de o ter visto repetidamente na televisão qualquer português adulto deve ser capaz de cantar com Beatriz Costa a canção da Agulha e o Dedal que a actriz interpreta – acompanhada das instruções empolgadas de António Silva! – no filme A Canção de Lisboa (acima). Por causa do seu uso e abuso televisivo, criou-se uma certa opinião de desdém a respeito destes filmes que eu julgo ser injusta. Tomemos o caso precisamente deste filme, mas olhemos agora com uma outra atenção para aquilo que acontece antes daquele famoso quadro musical…
O júri de cinco membros estava completamente dividido quanto àquela que deveria ser eleita A costureira do bairro e é o seu presidente (António Silva) que toma o assunto decididamente em mãos com a conivência tácita dos restantes jurados: com uma absoluta falta de vergonha nomeia a própria filha que nem sequer fora uma das quatro já indicadas pelos colegas. O filme A Canção de Lisboa data já de 1933 mas certamente que alguém conhece um tipo de nepotismo muito parecido que se terá passado há pouco tempo nalgum outro canto de Portugal…
Quanto ao resto, e como costuma escrever José Pacheco Pereira (normalmente com outros objectivos…), está lá (quase) tudo. As técnicas de gestão das reuniões – como a da invocação da solenidade (Toca o hino!) para calar a contestação – devem ter evoluído muito pouco desde 1933 e há sempre que contar com a desresponsabilização que nos é inata. Aqui, nenhum dos membros do júri se atreveu depois a contestar frontalmente a decisão que fora tomada em nome deles assim como no meu poste de ontem o José Severino fora lesto a dizer … isso eu já não sei.
A consequência destes comportamentos é que, por exemplo, sejam poucos os oeirenses (que sou) que se sintam pessoalmente responsáveis por terem eleito um escroque para presidente do município ou sejam poucos os associados do Sporting (que não sou, nem sequer simpatizante) que se sintam pessoalmente responsáveis ao descobrirem que elegeram – por uma esmagadora maioria de 89,43%! – um presidente do clube que se está a revelar um pateta… Ao contrário do vídeo abaixo, parece ser sinal de sabedoria não nos dispormos a saltar assim tão facilmente, Olé! Olé!
O júri de cinco membros estava completamente dividido quanto àquela que deveria ser eleita A costureira do bairro e é o seu presidente (António Silva) que toma o assunto decididamente em mãos com a conivência tácita dos restantes jurados: com uma absoluta falta de vergonha nomeia a própria filha que nem sequer fora uma das quatro já indicadas pelos colegas. O filme A Canção de Lisboa data já de 1933 mas certamente que alguém conhece um tipo de nepotismo muito parecido que se terá passado há pouco tempo nalgum outro canto de Portugal…
Quanto ao resto, e como costuma escrever José Pacheco Pereira (normalmente com outros objectivos…), está lá (quase) tudo. As técnicas de gestão das reuniões – como a da invocação da solenidade (Toca o hino!) para calar a contestação – devem ter evoluído muito pouco desde 1933 e há sempre que contar com a desresponsabilização que nos é inata. Aqui, nenhum dos membros do júri se atreveu depois a contestar frontalmente a decisão que fora tomada em nome deles assim como no meu poste de ontem o José Severino fora lesto a dizer … isso eu já não sei.
A consequência destes comportamentos é que, por exemplo, sejam poucos os oeirenses (que sou) que se sintam pessoalmente responsáveis por terem eleito um escroque para presidente do município ou sejam poucos os associados do Sporting (que não sou, nem sequer simpatizante) que se sintam pessoalmente responsáveis ao descobrirem que elegeram – por uma esmagadora maioria de 89,43%! – um presidente do clube que se está a revelar um pateta… Ao contrário do vídeo abaixo, parece ser sinal de sabedoria não nos dispormos a saltar assim tão facilmente, Olé! Olé!
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