Mais abaixo pode ler-se uma passagem - um parágrafo - do artigo que hoje Susana Peralta escreve para o Público. O artigo é sobre outro assunto (sobre a religiosidade da crença do efeito mágico da redução dos impostos sobre a economia), mas a passagem em destaque é uma pisadela de calcanhar e tacão fino sobre os critérios de auto-regulação ética praticados sobre quem se dedica à investigação académica. Apanham todos: o visado, Paulo Núncio (abaixo, à esquerda), que é um cromo que deixou um rasto memorável na sua passagem pela administração fiscal (recorde-se no fim); apanha o «colega e amigo» coordenador da equipa, Pedro Brinca, e o resto da equipa, que não se terão incomodado nada com aquela companhia; e apanham os responsáveis da Fundação Francisco Manuel dos Santos que bancam a equipa e é só, o resto parece não ser com eles. Para estas três partes parece não haver problema que a primeira - Núncio - esteja envolvido no estudo do impacto de medidas que - algumas - foram promovidas pelo próprio.
Recordemos os expedientes de Paulo Núncio em Fevereiro de 2017, quando enfiado em mais uma enrascada política: começou por se descartar das responsabilidades, assumiu depois a "responsabilidade política" e demitiu-se dos cargos no CDS para, no dia seguinte, a patroa da loja do CDS (Assunção Cristas) vir fazer-lhe um elogio. É uma pena que estas coisas se esqueçam.
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