(Republicação)
O Butão é um país de 725.000 habitantes e 38.400 Km², situado nas encostas meridionais da cadeia dos Himalaias. E não é um país de modas. O dia 2 de Junho de 1999 ficou assinalado pela inauguração das transmissões de televisão naquele país. Simultaneamente, e num gesto que poderemos classificar de estouvado, o país conectou-se à internet. Até aí, os butaneses nunca tinham tido acesso a esse tão prosaico meio de entretenimento, pois até as antenas parabólicas eram interditas no país. À época, o Butão era uma monarquia absoluta, o que pode explicar muita coisa. A descrição da actividade do monarca butanês de então, Jigme Singye Wangchuck (que reinava desde 1972), aparece repleta daqueles elogios que costumam ser dispensados aos déspotas esclarecidos pelos seus esforços em prol do desenvolvimento dos povos dos países que governam. Atribui-se ao país e aos seus governantes uma preocupação precoce e continuada com as questões ambientais, mas a verdade é que, vinte e cinco anos depois e já com um outro monarca (constitucional) no poder, o país permanece demasiado isolado do exterior para que possamos avaliar de fora, e com propriedade, como é que os butaneses avaliam a sua própria situação. Mas algo me parece evidente: pelo menos, ter inaugurado os serviços de televisão a 19 meses do início do século XXI não terá constituído a vanguarda de modelo de desenvolvimento algum - porque televisão é coisa que toda a Humanidade parece gostar de ver.
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