26 de Junho de 2004. Com as atenções dispersas por um campeonato europeu de futebol a decorrer no nosso país - estavam a decorrer os jogos dos quartos de final - os portugueses ficam a saber que o seu primeiro-ministro, José Manuel Durão Barroso, fora convidado para presidir à Comissão Europeia, que aceitara e que passava a pasta àquele que fora o seu rival no XXV Congresso do PSD, Pedro Santana Lopes. O Congresso realizara-se um mês antes, de 21 a 23 de Maio. E o presidente Jorge Sampaio acolheria a solução se ela fosse validada pelas estruturas políticas do PSD. Foi e por uma maioria norte-coreana. É um daqueles momentos históricos que pode muito bem ser descrito por: foi como atirar um pedaço de merda para a frente de uma ventoinha; ficaram todos cagados: Durão Barroso, Santana Lopes, Jorge Sampaio e ainda o colectivo de mais de cem conselheiros nacionais do PSD que votaram nele, mas tinham obrigação de saber o que é que nos estavam a impingir para primeiro-ministro... Como consequência colateral, o líder da oposição, Ferro Rodrigues, irritou-se com aquilo que considerou a ingenuidade de Jorge Sampaio e demitiu-se da liderança do PS. Foi substituído por... José Sócrates. Por efeito de carambola, tudo isto foi provavelmente a nossa maior cagada política em Democracia.
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