2 de Maio de 1972. J. Edgar Hoover, o director do FBI, morreu durante a noite, na sua residência em Washington d.C. Tinha 77 anos e chefiava o FBI desde 1924. A notícia ainda o denomina «lendário» no título, mas o corpo da mesma já está recheado das críticas que se acumulavam contra a sua conduta, críticas essas que, não tinham repercussão na sua substituição no cargo, porque, sabe-se hoje, Hoover conhecia os podres de todos os presidentes que se sucediam na Casa Branca, e mostrara não ter qualquer hesitação em os usar no caso de alguma coisa ser tentada contra a sua posição. A morte de Hoover era, assim, um alívio para Richard Nixon, mas deixava-lhe também um vazio complicado de preencher. O director adjunto Mark Felt sentia-se o mais indicado para o cargo, mas não foi esse o entendimento do presidente. Como desforra, Felt tornou-se o informador que orientou e municiou as investigações dos dois jornalistas que denunciaram o Caso Watergate. Não se sabia então, mas o óbito discreto (durante o sono) de um homem poderoso, iria desembocar na demissão em desgraça de um presidente dos Estados Unidos.
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