O mundo noticioso-científico terá sido muito recentemente abalado com a revelação da primeira imagem do buraco negro existente no centro da nossa galáxia. No frenesim noticioso, terá ficado ofuscado o facto de já se tratar da terceira vez que o assunto da primeira imagem de um buraco negro saltava assim para a ribalta noticiosa. Como se constata acima, antes de 12 de Maio de 2022, já em 10 de Abril de 2019 e outra vez repetida em 23 de Setembro de 2020 se evocara o carácter histórico desse outro buraco negro que estava situado no centro da galáxia M87. O pormenor que escapará aos leitores em geral é que a galáxia M87 se situa a 53 milhões de anos-luz da Terra. Este buraco negros que agora foi descoberto - ou melhor fotografado - no centro da nossa galáxia, a Via Láctea, situa-se apenas a 26 mil anos-luz de nós. Portanto, pode ser - hipoteticamente - muito mais ameaçador, embora estas dimensões verdadeiramente galácticas perturbem completamente aquilo que possamos realmente compreender sobre o fenómeno e a ameaça de sermos engolidos pelo dito cujo. Ou, como diziam os gauleses de Astérix a propósito da catástrofe do céu lhes vir a cair em cima da cabeça: amanhã não há de ser a véspera desse dia. Concretamente é apenas isto que se me ocorre sobre o tema. Mas superficialmente e sobre aquilo em que a comunicação social tem posto o maior empenho em nos dar a conhecer, o aspecto do buraco negro, acho muito honestamente, e para os padrões de tecnologia à vista, quem já viu um buraco negro, já viu todos...
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