10 de Maio de 1947. No Hampden Park de Glasgow (Escócia), e perante uma assistência de 137.000(!) pessoas, uma selecção de futebol do Reino Unido vence por 6-1 uma selecção do resto da Europa. Apesar de se tratar de um jogo particular para assinalar o retorno dos britânicos ao seio da FIFA depois de 25 anos de afastamento, o desnível do resultado torna-se uma excelente ocasião para aqueles celebrarem uma pretensa supremacia na modalidade (as selecções britânicas não haviam competido nos campeonatos mundiais de futebol até então - 1930, 1934 e 1938). Em Portugal, a imprensa mostrava a ressonância da exuberância britânica (acima), mas em versão ignorante: a selecção vencedora não fora a de Inglaterra, mas a do Reino Unido (United Kingdom), um combinado de cinco ingleses, três escoceses, dois galeses e ainda um jogador da Irlanda do Norte. Do outro lado, a equipa dita europeia, era formada por dois suecos(?!), dois dinamarqueses(?!), um francês, um suíço, um italiano, um irlandês, um checo, um belga e um holandês. Há precisamente 75 anos, os britânicos mostravam sentir-se impantes (pelo menos, no futebol): o futuro se encarregaria de os desenganar.
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