17 de Maio de 1972. Por portaria do ministro da Defesa Nacional, Horácio José de Sá Viana Rebelo, é condecorado com a medalha de ouro de Valor Militar com palma o general António Sebastião Ribeiro de Spínola «pelos serviços prestados no exercício das funções de governador e comandante-chefe das Forças Armadas na Guiné». Tratava-se de uma condecoração militar de elevado significado - superior, por exemplo, à cruz de Guerra - mas era impossível não compreender as fundamentações políticas que haviam estado por detrás da sua atribuição. Tanto assim, que o nome de António de Spínola nem aparece na lista dos agraciados por aquela alta condecoração militar na respectiva página da wikipedia. Dois dias depois organizava-se uma «sessão de cumprimentos das forças vivas da província» (da Guiné) onde o distinguido «proferirá» um «improviso» que, como se constata pela «reprodução» abaixo, não se afigura muito improvisado a começar pela alusão ao padre António Vieira. Implacáveis, os cinquenta anos que entretanto passaram tornaram ridículas estas cerimónias coreografadas para auditórios que nos perguntamos hoje se chegaram a existir. Como decerto nos perguntaremos, daqui por cinquenta anos, se havia alguém a quem se destinasse certo género de intervenções do primeiro-ministro António Costa quando ele se contradiz num intervalo de menos de 48 horas...
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