Para além de uma questão de gostos, entre a sobriedade e a exuberância, eu gostaria de convidar os leitores deste blogue a reflectir sobre outras diferenças entre estes dois letreiros e do que teria sido, indiscutivelmente, um colossal embaraço se, depois da sua morte em 1955, se viesse a descobrir que, por detrás do legado de Calouste Gulbenkian ao nosso país, estava um enorme buraco de dívidas a terceiros... Joe Berardo, em contraste, felizmente está vivo. Mas reconheça-se que é preciso estabelecer um padrão mínimo de exigência para se lhe ser reconhecido um estatuto de Mecenas. Não é para todos e, sobretudo, não é para vígaros. Enquanto na Assembleia da República se passam culpas quanto à responsabilidade de se ter emprestado demasiado dinheiro a Joe Berardo, por uma questão de ética e de expediente imediato, deixe-se de lhe promover o seu nome na colecção que, exibindo ainda o seu nome, todos já percebemos que iremos ser todos, como contribuintes, a suportar um dia destes como colateral de um negócio ruinoso... Como designação substituta, socorro-me da imaginação passada do nosso povo, que é preciosa. Ele existe em Odivelas o Padrão do Senhor Roubado, passa a existir em Belém o Museu do banqueiro vigarizado... Mas tirem de lá o nome do vigarista!
Ou alguém acha bem que se houvesse dado destaque ao ladrão que roubou o Senhor?...
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