16 e 17 de Maio de 1969. Nestes dois dias encadeados duas sondas soviéticas (Venera 5 e Venera 6) penetram na atmosfera do planeta Vénus e retransmitem para a Terra dados sobre as condições de pressão, composição química, temperatura e luminosidade vigentes no planeta. A missão fora lançada duplamente para que se registasse um sucesso científico mesmo na eventualidade de algum mau funcionamento de um dos engenhos. Mas, no caso, ambas as sondas se comportaram conforme o previsto, tendo suportado pressão e temperatura crescentes enquanto desciam sobre o planeta. Sobreviveram durante cerca de 50 minutos nessas condições, até atingirem uma altitude estimada de 10 a 12 km da superfície, quando a temperatura já atingira os 320º C (a temperatura de fusão do cádmio) e a pressão atmosférica 26,1 bar (que é equivalente à pressão sofrida no oceano da Terra a 265 metros de profundidade!). Nessas condições extremas os dois engenhos colapsaram, mas tratou-se de um grande feito do programa espacial soviético, celebrado também pela emissão do selo que se vê acima, alusivo às duas sondas. Porque há cinquenta anos a corrida espacial estava ao rubro: no dia seguinte, o programa espacial norte-americano ripostava com o lançamento da missão tripulada Apollo 10. Como hoje se sabe, estes últimos iriam ganhar clamorosamente a corrida para a Lua mas, pelo menos pelos vinte anos seguintes, Vénus permanecerá um planeta comunista.
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