26 maio 2019

O PRIMEIRO E ÚLTIMO VOO DO «TARRANT TABOR»

O Tarrant Tabor foi um triplano britânico que fora inicialmente concebido como um bombardeiro de longo alcance, ainda durante a Primeira Guerra Mundial. Quando o conflito terminou, o projecto ainda não passara à fase de ensaios. Só a 26 de Maio de 1919, há precisamente cem anos, a ocasião se prestou para que aquele que era então o maior avião do mundo (com seis motores(!): quatro no rés do chão e dois suplementares no primeiro andar) realizasse o seu voo inaugural. Não foi um grande voo: quando a aeronave se aprestava para descolar e os pilotos accionaram os dois motores superiores para que o avião adquirisse velocidade adicional, o avião, em vez de acelerar, afocinhou em direcção ao solo. Os ensaios estáticos em túneis de vento - que então não se praticavam - teriam demonstrado que o avião tinha tendência para assumir esse comportamento quando todos os motores estivessem em funcionamento. Em vez disso, temia-se - empiricamente! - o contrário e por isso o avião fora lastrado com mil libras de chumbo (450 kg) junto à carlinga! Com tudo isso, detectou-se o defeito da aeronave da pior maneira possível. Tecnicamente tratou-se de um voo porque o avião esteve momentaneamente no ar, mas os dois pilotos (Dunn e Rawlings) acabaram por vir a falecer dos ferimentos recebidos com o embate, enquanto o Tarrant Tabor entrou nos anais da história da aviação como um dos aviões mais mal paridos de sempre, um candidato ao prémio do Tijolo com Asas. Desnecessário dizer que o projecto foi completamente abandonado. 

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