O senhor vestido de branco é o coronel Jammeh, a ser recebido na Casa Branca pelos Obama em 2014. O coronel Jammeh é um daqueles tiranetes africanos, que chegou ao poder do seu país, a Gâmbia, em 1994, através de um golpe de Estado. Tem permanecido por lá, desde há 22 anos, tinha sido reeleito presidente em sucessivas eleições presidenciais (aparentemente disputadas) até à ultima, em Dezembro passado, quando a perdeu para um rival apoiado por uma confederação de oponentes. E aí, perante o desaire eleitoral, o coronel Jammeh amuou. Recusou-se a aceitar os resultados e instalou-se um impasse político na Gâmbia que se arrastou por mais de um mês. Houve diplomacia, houve intimidação e depois teve que haver força bruta: na semana passada tropas senegalesas atravessaram a fronteira para destituir o ex-presidente Jammeh que, derrotado, já partiu para o exílio, um prevenido exílio. Mas o que me interessa, se explico toda esta história, é para regressar à fotografia de cima, e imaginá-la com o actual ocupante da Casa Branca em vez de Obama. O que distinguiria moralmente os dois chefes de Estado, o gambiano e Trump, o norte-americano? Tal qual as coisas se têm apresentado, desconfio que não grande coisa. E essa diferença, apesar de ser só subentendida, costumava constar destas fotografias oficiais.
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