31 janeiro 2017

CAMARADA REI!

No seguimento do 25 de Abril de 1974, muitas foram as novas publicações que emergiram, mesmo de correntes políticas que haviam sido toleradas pelo regime derrubado (às eleições de 1969, havia concorrido uma comissão eleitoral monárquica). Porém, influência da terminologia dos tempos então em alta, o boletim - cujo primeiro número sairá em Julho de 1974 (à esquerda) - adoptará o titulo de Monarquia Popular, em que o qualificativo parece ter um sentido mais lato do que o comum de proximidade e de simpatia do e para com o povo. Monarquia Popular apresentava as mesmas ressonâncias duma outra expressão recorrente de época, Democracia Popular, regime que reunia as virtudes de não ser democrático, nem ser popular. A corroborar esse semelhança espúria, o primeiro editorial da publicação então dirigida pelo camarada-conde António de Sousa Lara, dirigia-se aos Camaradas! Companheiros de Luta! e não propriamente ao Clero! à Nobreza! e ao Povo!, que os protocolos das tradicionais Cortes de antanho exigiriam. O Partido Popular Monárquico veio a receber 32.500 votos nas eleições para a Assembleia Constituinte de 25 de Abril de 1975. Distinguiu-se da maioria das outras formações políticas concorrentes por se ter recusado a assinar o Pacto MFA-Partidos (coluna da direita do exemplar da direita).

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