Há quem se lembre dos tempos em que Paulo Portas era anti-europeu. Mas também haverá quem se lembre de outros tempos em que já foi pró-europeu. Pois agora parece que é a-europeu. A Europa está a seguir uma "receita para o desastre". «No shit, Sherlock!» Paulo Portas está para as opiniões assim como o recém-falecido Mário Soares esteve para a geografia. Deste último se dizia que, por causa das suas inúmeras viagens, se Deus está em toda a parte, Soares também já lá tinha estado. Analogamente, de Paulo Portas também se pode reconhecer o quanto ele pode desempenhar como mais ninguém a função de pivot no meio de um leque de opiniões diferentes, porque só ele para possuir a empatia de as compreender: já teve essas opiniões todas entre agora e o passado. Há quem o critique por este comportamento, quem não se afeiçoe à ideia de o ouvir falar agora em termos muito críticos do populismo, mas o percurso político de Paulo Portas desde o Independente até hoje, mostra-se tão abrangente nas convicções que (e já que o ouvimos falar acima de receitas) elas parecem servir para todos os momentos e para todas as doenças, é como se fossem um antibiótico de largo espectro.
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