24 junho 2023

VÁ DE FÉRIAS SEM STRESS, POLUINDO O PLANETA

A motorização do parque automóvel cá de casa divide-se precisamente entre uma motorização diesel e uma motorização totalmente eléctrica como o desenho acima. Mas a questão que por aqui se coloca não tem nada a ver com a questão ambiental. É prática. O automóvel eléctrico não possui autonomia sequer para uma viagem até ao Algarve. Teria que ser recarregado a meio do caminho. E aí importa saber quanto tempo isso tomaria. É que eu sei que, não havendo filas, quaisquer dez minutos chegam e sobram para atestar um depósito de gasóleo ou gasolina, pagá-lo e seguir viagem. A questão é diferente num automóvel eléctrico. Normalmente, aquilo que sabemos dos carregamentos normais, diz-nos que uma boa carga toma-nos para lá de uma hora. Ora gastar uma hora suplementar de viagem à espera de reabastecimento numa viagem Lisboa-Algarve elevará a sua duração para os registos dos anos 70 do século passado. Mas quando se consulta uma página das empresas concessionárias, elas mostram-se estranhamente evasivas. Constate-se pela resposta abaixo, exemplificativa, da Repsol: para além da enumeração dos «factores que influenciam o tempo de carregamento», repare-se como não existe nenhuma referência indicativa do tempo que a operação poderá tomar - poderia clarificar, entre 15 e 150 minutos, por exemplo. Nada dizer a respeito é muito suspeito, não devem ser boas notícias para o cliente, chamar-lhe-ia mesmo uma omissão eloquente. Por outro lado, e admitamos que o automóvel possa lá ter chegado ao fim de umas boas quatro horas de viagem (300 km percorridos a 100 km/h para não descarregar demasiado a bateria + o carregamento...), coloca-se o problema adicional de o carregar enquanto se lá está. E aí sabemos que a população do Algarve triplica no Verão e as infraestruturas não. E os postos de carregamento eléctrico não devem ser diferentes do resto. Portanto, é de recear que venha a ser preciso urdir um estratagema qualquer para carregar o automóvel num local e hora específico, onde haja menos gente. Imaginemo-nos num rincão perdido a carregar o automóvel, ou então a fazê-lo às três da manhã, quanto todos dormem. Em conclusão: quando em férias, viva o gasóleo!

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