08 junho 2023

HÁ SESSENTA ANOS JÁ SE FALAVA DE «INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL»

«O cérebro electrónico mais perfeito foi apresentado agora na Feira de Hanover, considerado o maior certame industrial em todo o mundo. O engenho prodigioso, chamado Ramac 305, fornecia, em breves segundos, ao visitante quaisquer informações solicitadas em inglês, francês, espanhol e alemão. Assim, qualquer pessoa, sem ter de se embrenhar na consulta exaustiva de guias e catálogos, sabia logo onde se situavam os stands e onde encontrar os produtos que lhe interessavam e respectivas firmas fabricantes.
Nada menos que cinco mil produtos haviam sido encaixados pelo cérebro electrónico, que revela assim uma capacidade de retentiva (sic) muito mais poderosa do que a memória do homem. E o prodígio mecânico sugere a interrogativa: - Poderá o cérebro electrónico substituir a capacidade de raciocínio do homem?»

As diferenças das capacidades técnicas dos equipamentos são abissais, mas, há sessenta anos como agora, a resposta para a pergunta sobre a capacidade das máquinas virem a substituir os humanos é de índole filosófica, não técnica, e concretiza-se em haver uma definição clara do que é o «raciocínio humano». Só se houver essa definição clara - não havia em 1963 e continua a não haver em 2023 - é que se tornará possível responder à questão. Dando um exemplo concreto, e partindo do pressuposto que aqueles programas de paineleiros de futebol da CMTV sejam verdadeiros exercícios de «capacidade de raciocínio do homem», para se perceber se a «inteligência artificial» será já possível nos dias que correm, será que um dia destes poderemos ver um chatbot Pedro Guerra que se pegue à conversa com o original?...

Sem comentários:

Enviar um comentário