13 junho 2023

AINDA SE LEMBRA DO QUE FOI O «DIESELGATE»?...

13 de Junho de 2018. A Volkswagen anuncia a sua disposição de pagar mais uma multa de mil milhões de euros, neste caso na Alemanha. A sanção, assim como outras precedentes que haviam tido lugar nos Estados Unidos e na Europa, eram consequência de um escândalo industrial que ficou conhecido como o «Dieselgate». Durante anos (entre 2009 e 2015), aquele grande fabricante automóvel (o maior do mundo em 2015) havia recorrido a vários expedientes para que o registo das emissões poluentes das suas motorizações diesel aparecesse em registos diminuídos, mas de uma forma fraudulenta. A fraude fora originalmente descoberta nos Estados Unidos no Outono de 2015. Aí as multas (Janeiro de 2017) haviam-se acumulado até aos quatro mil milhões de euros, depois renegociadas. Segundo os dados do próprio construtor, 11 milhões de automóveis estariam envolvidos e vendidos em dezenas de países envolvidos, todos aqueles que tinha regras de anti-poluição mais restritivas. Os montantes em causa dão uma ideia do valor das sanções que estas grandes empresas podem suportar financeiramente, antes de colapsar. A ironia de todo este escândalo - entretanto graciosamente esquecido pela comunicação social, porque o réu pagou e não refilou... - não se fica apenas pelos danos financeiros e reputacionais que causou ao construtor alemão. É que os testes paralelos efectuados às viaturas das marcas concorrentes veio a descobrir (más) práticas idênticas, senão mesmo piores, como se pode apreciar no gráfico abaixo: motores Fiat, Hyundai, Subaru, Renault, Ford, Daimler, Honda, Toyota, Volvo, Mazda, Opel, BMW, Peugeot, Citroën... (o risco vermelho corresponde às emissões permitidas pela União Europeia, as barras verdes às emissões verdadeiramente detectadas) Mas essa constatação foi um escândalo menos escandaloso, porque a marca a abater, a que dominava o segmento das motorizações diesel (e que, afinal, eram muito menos limpas do que se propagandeava...) era mesmo a Volkswagen.

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