Esta outra história, não edificante mas esclarecedora, do que se pode esperar da relação entre nós, leitores, e quem se relaciona connosco nos novos formatos dos jornais «on-line», começou há três semanas e o pretexto foi a notícia acima, aquilo que pareceria um disparate do ponto de vista noticioso, em que o título da notícia era completamente desmentido pelo conteúdo que se seguia. Uma vigarice noticiosa. Uma vigarice que então comentei aqui no blogue. Uma vigarice de que dei conta ao provedor do jornal onde a vigarice fora cometida. Uma notificação de que recebi a resposta abaixo: JMBF são as iniciais de José Manuel Barata-Feyo. E cá fiquei à espera da resposta que ele não deixaria de me dar...
Não considerei a crónica publicada na semana seguinte (abaixo, o princípio) como uma resposta competente à questão - concreta - que levantara (quem é que respondia por aquela merda que eles haviam publicado?). O que me foi dado ler foi um conjunto de considerações (talvez um pouco genéricas demais...) sobre a negligência da imprensa portuguesa a prestar informação internacional. Ora o ponto do que assinalara não era a negligência, era incompetência, mesmo! E só muito marginalmente me senti abrangido pelo que era a síntese da nossa opinião. E fiquei a aguardar. Publicadas duas crónicas posteriores do mesmo provedor, descontada a hipótese de uma resposta privada por e-mail e consideradas as dinâmicas que estes processos possuem, parece-me que a espera terá sido em vão. Não vamos regressar à contagem do número dos filhos de Robert Kennedy que absolvem o assassino do pai...
O assunto que eu levantara em concreto - a incompetência de quem redigiu aquela notícia - terá morrido há semanas, mas permitam-me um último parágrafo em que, por retribuição, seja agora eu a filosofar umas generalidades sobre a tarefa ingrata da função que José Manuel Barata-Feyo desempenha no Público. Uma tarefa tanto mais ingrata quanto, muitas vezes, são os próprios operacionais do jornal a ignorá-lo nas suas advertências, como será o caso de uma análise prometida há oito meses pelo director Manuel Carvalho sobre o facto da publicação manter políticos no activo como colunistas regulares. Se bem percebi o que José Manuel Barata-Feyo escreveu, ele não gosta de ser ignorado e ficar pendurado de uma resposta que não vem. E, olhe, eu também não gosto que ele me faça o mesmo a mim...
Nota: sou assinante e leitor regular do Público.
Outra nota: Depois de lhe ter enviado este poste, recebi uma resposta de José Manuel Barata-Feyo. Contudo, como se costuma dizer nestas ocasiões, por mim já se tinha fechado o expediente.
Terceira Nota: O site do jornal descreve «o Provedor do Leitor do PÚBLICO» como «uma pessoa de reconhecido prestígio, credibilidade e integridade pessoal e profissional cuja actividade principal tenha estado nos últimos cinco anos relacionada com a problemática dos media, de preferência enquanto jornalista». Eu também acreditava que era o caso (tanto mais que até lhe escrevi), mas, depois desta experiência, sugiro que escolham outro, este, vende-se muito bem, mas não serve.
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