24 de Setembro de 1946. Nunca é demais enfatizar o quanto era importante há setenta e cinco anos tudo aquilo que se comia, ou melhor, que era possível comer. Terminara a Segunda Guerra Mundial, mas os níveis de produção e os circuitos comerciais estavam muito longe de ter regressado à normalidade. E um país que era tradicionalmente deficitário do ponto de vista alimentar, como era o caso de Portugal, continuava a ressentir-se disso. A conversa dedicada nas páginas centrais era, nesse dia, sobre peixe: chicharro, que aparecera em abundância. Havia mais tópicos: azeite, figos, uvas, alfarroba, a carne que não chegava aos talhos e os comerciantes processados por se dedicarem ao mercado negro. Mas, aquilo que interessaria e, se me permitirem o anacronismo da comparação, aquilo que o António Costa propagandearia se se tivesse visto naquelas circunstâncias, era que havia chicharro com fartura para todos!...
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