Há uns cinquenta anos, o Diário Popular promovia todos os anos um concurso intitulado Se é bom observador: durante uma temporada e todos os dias o jornal publicava um par de desenhos muito semelhantes mas que continham sete diferenças entre si. Competia ao leitor encontrar e assinalar essas diferenças, recortar os desenhos, juntá-los e enviá-los já não sei para onde para se habilitar a ganhar uma data de prémios. Não era um exercício muito intelectual (nada que se parecesse com as palavras cruzadas e ainda não aparecera o sudoku), mas correspondia ao perfil típico do leitor daquele jornal: o mais chão da oferta jornalística daquela altura. O exercício que aqui se pede, baseado naquele outro, também é muito chão: descobrir as sete diferenças de conduta de acção política entre o discurso que Jerónimo de Sousa ontem proferiu, por ocasião do comício de encerramento da festa do Avante!, com um outro discurso proferido precisamente nas mesmas circunstâncias por Álvaro Cunhal, só que há precisamente quarenta anos. O maior desafio aqui é que não garanto que haja sete diferenças para encontrar. Aliás, nem garanto que chegue a haver uma, sequer...
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