13 setembro 2021

UM PEQUENO EXEMPLO PESSOAL DO QUE SE PODE ESPERAR DA RELAÇÃO ENTRE OS JORNAIS «ON-LINE» E OS SEUS LEITORES (1)

Apareceu no Público de ontem um artigo de opinião de Teresa de Sousa. Contudo, a opinião de Teresa de Sousa (...) é o que menos interessa para o essencial desta história. O que interessa é que no penúltimo parágrafo dessa opinião aparece uma passagem que é mentira. «Nas cerimónias do 11 de Setembro em Nova Iorque, Washington e Pensilvânia estiveram presentes quatro Presidentes: Biden, Obama, Bush e Clinton. Lado a lado.» Como se percebe pelas notícias locais, no caso da CBS, (notícia e foto no canto inferior direito) George W. Bush não se associou aos restantes, não esteve lado a lado. Há razões de ordem política local, para que um antigo presidente republicano não faça bloco com os ex-presidentes democratas. Embora possa perceber a intenção de Teresa de Sousa de realçar o grunho que é Donald Trump (o presidente que não estaria presente lado a lado...), não é justo atropelar a verdade para acentuar a diferença que vai de Trump para com os outros presidentes normais. E foi por isso que utilizei a faculdade que o Público concede aos seus leitores de Sugerir correcção. Sugeri. Não é daquelas iniciativas que deixe registos para mostrar depois, mas foi feito, acompanhado de artigo e foto comprovativa (os que aparecem). O erro de Teresa de Sousa é apenas pontual, não interferiria nas suas opiniões, mas também era factual, como se comprovava facilmente. Seria um detalhe a rectificar no final do texto. Pois bem, transcorrido um dia completo, o jornal Público e a autora Teresa de Sousa, dão-me mostras, pela ausência de reacção, que consideraram essa correcção irrelevante. Depois de 24 horas, e tratando-se de um jornal diário, qualquer rectificação torna-se irrelevante. Registo o gesto, para mais quando em comparação com as queixas tradicionais que os jornais levantam quando a respeito da grosseria de quem os comenta: «Minha "senhora": vamos lá a deixar a propaganda e escrever qualquer coisa de jeito» ou então «Um chorrilho de copy/paste de lugares comuns» são dois exemplos que recolhi acima entre as reacções ao que Teresa de Sousa escreveu. A retribuição por parte dos jornais é menos expressiva, mas não deixa de ser igualmente desagradável: uma sobranceria que não acolhe, não agradece, não regista sequer, os contributos rectificativos que (só) aparentemente solicita. Numa guerra destas, concluo que não vale a pena ser razoável e tentar aplacar as hostilidades: jornais e comentadores estão muito bem uns para os outros. Os jornais merecem os comentários insultuosos que recebem nas caixas, porque, como aqui se comprova, é só isso que eles podem atrair e, se calhar, é mesmo para isso que as caixas (de comentários) lá estão.

1 comentário:

  1. Sendo cliente da Renova, esse folheto propagandístico/publicitário é-me de uma inutilidade total...
    Cpmts.
    JSP

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