7 de Setembro de 1921. Nesse dia e durante a semana que se seguirá, a actualidade portuguesa ir-se-á entreter com o encalhe e as sucessivas tentativas de desencalhe do RMS «Almanzora», um grande paquete inglês - «um palácio flutuante» com «180 metros de comprimento e que desloca 15.550 toneladas» - que costumava fazer as carreiras regulares entre o Reino Unido e a Argentina, via Brasil, e que há cem anos interrompia abruptamente a sua viagem nos areais da Costa da Caparica. Os sucessivos recortes das notícias publicadas no Diário de Lisboa (abaixo) vão dando conta do insucesso das tentativas de o recolocar a flutuar, até ao dia 13 de Setembro. Foi uma grande animação noticiosa enquanto durou e dá-me um gozo imenso especular o que é que os repórteres da TSF, SIC, TVI ou CMTV, microfone colorido em riste, poderiam ter para perguntar aos 150 passageiros entretanto desembarcados (ver a notícia do canto inferior esquerdo), caso o acontecimento fosse nos dias de hoje.
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