23 setembro 2021

O MEU PRIMEIRO CONTACTO COM A VIDA INTELIGENTE NO UNIVERSO

23 de Setembro de 1971. A notícia da página 15 do Diário de Lisboa dava conta de uma conferência entre norte-americanos e soviéticos onde se discutira a existência de civilizações extra-terrestres. E como seria possível comunicar com elas. Radioastronomia era uma palavra nova para mim. E, por uma vez, o assunto das civilizações extra-terrestres não aparecia misturado com a - na altura - indispensável conversa sobre os discos voadores, que nos últimos 25 anos haviam aparecido em todo o lado e que era então o tópico que verdadeiramente cativava leitores. O nome predominante no artigo era o do então desconhecido Carl Sagan. Mal eu imaginava a notoriedade que ele viria a alcançar dali por uma década com a apresentação da série televisiva Cosmos. depois transformada também em livro.
Só já nessa altura (da fama de Sagan), é que vim a descobrir que, da cooperação entre as duas partes - e recorde-se que se estava em plena Guerra Fria e era muito raro cientistas dos dois blocos cooperarem entre si - se produzira mesmo um livro co-assinado por Carl Sagan e pelo astrofísico soviético Iosif Chklovski - A Vida Inteligente no Universo. Traduzido para português pela Europa-América, foi um livro que comprei (1.450$00) e li com um interesse progressivamente cada vez mais desapontado: fora publicado originalmente em 1966 e os mais de quinze anos entretanto decorridos tornavam-no obsoleto. Com ele aprendi alguma coisa sobre a vida inteligente no universo, mas de toda essa vida inteligente retive sobretudo a vida inteligente dos editores que se aproveitam dos surtos de popularidade dos autores (Sagan) para impingirem tudo o que ele tenha escrito...

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