Há precisamente sete meses o líder trabalhista britânico Jeremyn Corbyn assegurava que a primeira-ministra Theresa May iria convocar eleições gerais daí a alguns meses. A afirmação era tanto mais importante quanto a visada havia assegurado no princípio daquele mês, na sua primeira grande entrevista depois de tomar posse, precisamente o contrário: que não iria convocar eleições antes de 2020, que o país precisava de um período de estabilidade depois das convulsões do resultado do referendo, blá, blá, blá,... Os factos encarregaram-se de dar razão completa às convicções de Corbyn. Fosse ele outra pessoa, e desconfio que a(lguma) imprensa britânica, assim como alguma outra internacional, estaria a dar verdadeiro relevo à presciência do dirigente trabalhista antecipando o tacticismo descarado da adversária. Mas não, nem os dois (elogio a Corbyn e crítica a May), nem só um, nem só outra. Nada. O próprio jornal Independent que acima publicou aquela notícia sobre a adivinhação de Corbyn parece agora esquecer-se de que o fez e só se interessa em saber se ele se irá demitir no caso de perder as eleições de 8 de junho. Porque, apesar de se verificar agora ter sido ele a dizer a verdade aos britânicos nesse aspecto das eleições e de, pelo contrário, a adversária ter mentido com todos os dentes que tem na boca, as sondagens mostram-se muito vantajosas para esta última, a antecipar uma vitória esmagadora sua nas urnas. Se calhar, os britânicos andam mais entretidos na imprensa a ler e ouvir as mentiras de Donald Trump do que se apercebem daquelas que lhes pregam directamente a eles...
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