6 de Abril de 1917. Há cem anos o presidente norte-americano Woodrow Wilson formalizava a declaração de guerra dos Estados Unidos à Alemanha. A resolução havia passado por 82-6 no Senado e por 373-50 na Câmara dos Representantes. Pelos seis meses que se seguirão, a Alemanha estará em Guerra simultaneamente com as outras quatro grandes potências mundiais: Reino Unido, França, Rússia e Estados Unidos. Mas, se o problema da Rússia é o seu progressivo enfraquecimento como beligerante depois da Revolução de Fevereiro que depôs o Czar, o dos Estados Unidos é o de que, sendo um colosso industrial e económico, é um pigmeu militar: possui apenas 180.000 efectivos nas suas Forças Armadas (110.000 no exército e 70.000 na marinha) para participar num conflito onde os exércitos nas frentes de combate se contam por milhões. Os Aliados ganham com a substituição, mas não a curto prazo, quando os alemães até poderão concentrar melhor os seus meios. É por isso que um dos títulos deste jornal californiano acima é, desde já, um apelo a voluntários. Eles aparecerão, mas a esmagadora maioria virão do recrutamento (2,8 milhões), e, de qualquer forma, houve que esperar meses (praticamente um ano) até que os recrutas formados (doughboys) aparecessem nos campos de batalha europeus. Uma última nota ainda a respeito da capa acima, no canto inferior esquerdo, uns inidentificáveis milhares de teutões (alemães) aprisionados, em mais um daqueles assomos de patriotismo xenófobo, que estas ocasiões sempre desencadeavam.
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