Esta fotografia, captada em 1939 num vilarejo profundo do estado norte-americano do Tennessee por J. Baylor Roberts, ilustra e explica a expressão deitar fora o bebé com a água do banho que transitou do inglês para o português tecnocrático sem que alguns dos empregadores e muitos dos destinatários percebam a razão da sua origem. Aquela selha (que em 1939 já era de metal mas que fora originalmente de madeira), depois de lavar todos os irmãos de empreitada (e sempre assim uma ranchada de uma boa meia dúzia), ficava com uma água de uma cor opaca onde se tornava possível perder um mais novo mais ingénuo e brincalhão, despejado para o quintal… Uma metáfora feita de costumes rústicos de antanho, empregue sobretudo por aqueles meios que se pensam a vanguarda da sofisticação intelectual, não é, decerto, o menor dos anacronismos desta sociedade actual.
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