Estes dois primeiros cartazes, concebidos pelos nazis para as eleições legislativas alemãs de Novembro de 1932, contêm promessas sintéticas e básicas: trabalho (arbeit) e pão (brot). Nos últimos anos e com o crescimento do desemprego em Portugal tornámo-nos muito mais sensíveis à capacidade mobilizadora de tal género de promessas. Mas se aqui os publico é sobretudo para chamar a atenção para uma palavra que não aparece nos dois cartazes: liberdade (freiheit). Pelos vistos, os responsáveis pela propaganda nazi consideravam que nesses tempos de crise a evocação da liberdade já não era mobilizadora. E não devia ser.
Porque apesar da ausência de qualquer evocação da liberdade, o NSDAP ganhou as eleições com 33,1% dos votos, um resultado que já então foi considerado decepcionante para as aspirações de um Adolf Hitler a desejar exercer o poder sozinho. Conhece-se o resto da História... Mas comparem-se os cartazes acima com outro para as próximas eleições livres alemãs, em Agosto de 1949. Destruída pela guerra, a Alemanha estaria em muito piores condições que 17 anos antes. A CDU ganhou as eleições com 31,0% mas os seus cartazes continham agora apelos à paz (frieden), liberdade (freiheit) e unidade (einheit). Tudo o que se perdera entretanto.
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