06 junho 2014

A PROPÓSITO DO MUNDIAL DE FUTEBOL DO BRASIL

Entre os pormenores que não tenho visto devidamente realçados respeitantes ao próximo Mundial de Futebol conta-se o facto de três das trinta e duas selecções presentes serem treinadas por portugueses. Trata-se de uma desproporção que é significativa da excelente reputação de que parecem gozar os treinadores portugueses internacionalmente quando, para além da nossa com Paulo Bento, outras duas selecções, a da Grécia com Fernando Santos e a do Irão com Carlos Queiroz, recorreram ao serviço de compatriotas nossos para as treinar. Só mesmo uma modéstia congénita não desprovida de mesquinhez nos impede de exibir este orgulho mais do que justificável por uma actividade em que contamos actualmente com uma incomparável reputação internacional: longe vão os anos em que vinham para cá os misteres treinar-nos, hoje são os nossos senhores (o último exemplo foi Leonardo Jardim) que vão para o estrangeiro treiná-los. O que eu gostaria de que fôssemos mais enfáticos quando se trata de exibir os nossos méritos por esse Mundo fora. Porque, havendo aquilo em que somos bons, o que se torna importante nestas circunstâncias será aquilo em que os outros reconhecem que o somos.

(uma interpretação russa da “Canção do Mar” na versão mais orquestrada, popularizada por Dulce Pontes).

Sem comentários:

Enviar um comentário