23 junho 2014

…DOS ESMAGADOS PELA HISTÓRIA

Rodolfo Llopis (1895-1983) foi o secretário-geral do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) desde o XIV Congresso, realizado em Setembro de 1944, até ao XXV Congresso, vinte e oito anos passados, em Agosto de 1972. Este último, realizado em França (num exílio forçado como todos os depois de 1939), destacou-se pela chegada de uma nova geração (e de um novo estilo) à direcção dos socialistas: Felipe González (1942-), posteriormente eleito como secretário-geral do PSOE, tinha menos 47 anos do que o seu antecessor. Podia ser neto de Rodolfo Llopis! Porém este último aceitou mal a derrota, a perda de importância conferida aos militantes exilados em favor dos que viviam em Espanha, a redução da influência da maçonaria no partido e até mesmo o cargo honorífico de presidente que os rivais lhe queriam atribuir, e acabou por encabeçar uma cisão nas estruturas do PSOE, de que passou a haver duas facções, a dos vencedores do congresso conhecida por Renovada (PSOE-R), a outra por Histórica (PSOE-H). Franco morreu três anos depois dessa cisão. Houve a Transição e, nas primeiras eleições livres realizadas em Espanha após a sua morte (Junho de 1977), o PSOE Renovado recebeu 5.372.000 votos (29,3%) enquanto o PSOE Histórico recebeu 127.000 (0,7%). O exílio já se havia tornado uma segunda natureza de Rodolfo Llopis que regressou a França onde veio posteriormente a falecer. Nos partidos verdadeiramente democráticos, como os socialistas, que medram sob a Democracia, a capacidade de atrair o eleitorado acaba por prevalecer a longo prazo sobre o manobrismo entre militantes. As confusões são só importantes durante os períodos intercalares...

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