De entre os resultados das eleições legislativas de 1980, e entre aquelas pequenas variações registadas nas votações dos pequenos partidos de que normalmente não se fala, haviam-se destacado tanto o afundamento da UDP (que perdera 47.000 votos e 0,8%), como a subida do PSR (23.000 votos e 0,4%), em relação às eleições intercalares que tinham tido lugar no ano anterior. Em conjunto, os dois partidos haviam recebido 143.000 votos e 2,4% da votação. Contudo, mais preocupante para a visibilidade da esquerda radical, o que naquela época ainda parecia ser o tradicional deputado da UDP, um severíssimo Mário Tomé que substituíra (mas só criara saudades das pantominices de) Acácio Barreiros, só se conseguira eleger como o antepenúltimo deputado apurado pelo círculo de Lisboa com os 22.935 votos que recebera.
Nas eleições legislativas que se seguiram, em Abril de 1983, as duas organizações fizeram um cientificamente calculado pacto eleitoral, associando-se naqueles círculos eleitorais (Lisboa, Porto e Coimbra) onde as votações agregadas dos dois partidos lhes prometia hipóteses concretas de reforçarem a presença parlamentar, com a possível eleição de um segundo deputado por Lisboa (onde a votação somada de 1980 fora de 40.000 votos) e de um outro pelo Porto (22.500). O escrutínio revelou-se, porém, um desapontamento: em qualquer dos três círculos em que se apresentou, a coligação recebeu menos votos do que qualquer dos partidos recebera sozinho nas eleições anteriores. A UDP perdeu, evidentemente, o seu deputado e vai sendo tempo de que, os que ainda têm memória daqueles tempos lá pelo Bloco de Esquerda lembrem estes factos para que não se tomem os votos passados por ovos em cús de galinhas...
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