Foyle é originalmente um nome da toponímia irlandesa, um rio que corre e desagua na costa norte da ilha, junto à conturbada cidade de (London)Derry. É também o nome de um dos círculos eleitorais que elege um deputado para o Parlamento britânico. Mas, para os ingleses porém, Foyle era outra coisa, um nome que eles associam imediatamente a livraria de referência, um pouco à semelhança do que acontecerá com o nome Bertrand em Portugal, embora a história das idiossincrasias (algumas bizarras) que criaram a reputação da Foyles (acima) ao longo do Século XX se possam assemelhar mais – em mais uma analogia connosco – às da livraria Buchholz: histórias de um sucesso comercial que foram, em variadíssimos aspectos, a negação completa das práticas que costumam ser sempre recomendadas por todos os manuais de marketing.
Mas a notoriedade do nome Foyle recebeu uma nova inflexão mais popular quando em 2002 o argumentista Anthony Horowitz roubou o nome para o dar ao protagonista de uma série televisiva policial cuja acção decorria no Sul de Inglaterra durante os anos da Segunda Guerra Mundial. Deu-lhe o título de Foyle’s War. A série tornou-se num sucesso nacional e internacional (ainda hoje continua a ser produzida) e o nome de Foyle, especificamente Christopher Foyle, está hoje irrevogavelmente associado à figura do actor Michael Kitchen, que desempenha o papel da personagem na série (acima). Por causa disso, serão comparativamente poucos os que conhecerão o Christopher Foyle original (abaixo), o dono da cadeia de livrarias Foyles, que até já participou como figurante num dos episódios da série no papel – apropriadíssimo – de livreiro.
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