Li por aí, depreciativamente escrita, a expressão esta democracia. Para
exemplo que a refute, é bom que nos apercebamos como as tropelias da assembleia geral do Benfica – que já se baptizou de moção de censura... – acabam por não ter quaisquer
consequências práticas por causa de uma revisão recente dos estatutos e que
Luís Filipe Vieira se arrisca, depois de nove anos como presidente, a reconduzir-se mais uma vez no cargo pese a contestação. É por estes episódios laterais que devemos aprender, quando os
assuntos são a sério, a prezar esta nossa democracia e as suas regras pela alternância, porque parece haver uma tendência
antropológica portuguesa para que quem preside lá se perpetue com o endosso das vanguardas (e das entidades): porque os nove anos a presidir ao Benfica de Luís Filipe Vieira são uma
bagatela quando comparados com os trinta de Jorge Nuno Pinto da Costa. E felizmente
que os trinta anos de presidência deste último (mesmo que o Futebol Clube do Porto seja uma naçom!)
não estão a ter o mesmo impacto que os trinta e seis anos da presidência do conselho de ministros de António de Oliveira Salazar…
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