Por muito que a reputação da benemerência
de Fernando Nobre possa não ter saído beliscada depois do encadeamento das suas
duas candidaturas (primeiro à presidência e depois como deputado nas listas do
PSD), creio que a sua correspondente intelectual se afundou até ao nível de uma
inimputabilidade obtusa às consequências das suas afirmações públicas. Não me
surpreendeu por isso lê-lo, qualificando de mal-entendido a redução de 30% que
a sua AMI virá a sofrer nos subsídios estatais: Não me passa sequer
pela cabeça, não quero acreditar e muito menos aceitar que tal pudesse
acontecer numa situação de emergência social.
Porém, se se fizerem as contas ao impacto da medida com os dados constantes da própria notícia, a redução representará apenas cerca de 5,4% das receitas
globais da organização (18% x 30%), ou seja, é ainda menos do que a bolada prometida
por Vítor Gaspar aos rendimentos anuais de um português médio – note-se, para
referência, que, qualquer dos subsídios (1/14) equivale a 7,1% dos rendimentos
anuais de um trabalhador. Como um aristocrata, Fernando Nobre lamenta-se altaneiro por as dificuldades lhe baterem à porta. Mas que moral tem ele para se referir
à insensibilidade social alheia?…
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