Entenda-se a expressão supra em qualquer dos dois sentidos que ela pode
assumir: uma carreira tão extensa quanto bem-sucedida. Quando a extensão se
prolonga por vários decénios, como é o caso de François Mitterrand
(1916-1996)...
...poderemos
acompanhar, em alguns apertos de mão espaçados e simbólicos, os milhares que ele
terá dado vida fora, mas também as circunvoluções que as carreiras políticas
puderam ter, ao sabor da evolução das novas ideias.
Mitterrand começou por aderir a uma direita nacionalista conservadora
(foto inicial com Pétain) mas, ainda antes do fim da guerra, bandeou-se para um centrismo pró-colonial (foto seguinte como ministro do interior na Argélia¹).
Emergiu, na
V República, como o líder natural dos socialistas e da esquerda francesa, veio a ser
presidente da França (foto seguinte, no debate contra Giscard d'Estaing), atingindo o
clímax como um grande europeísta (penúltima foto, com Helmut Kohl).
Para seu azar, mas para sorte da sua reputação, afectada por vários
aspectos melindrosos, sobreviveu por pouco mais de seis meses ao fim da sua magnífica carreira. Há pessoas que não imaginaríamos a resignarem-se à obscuridade natural da reforma…
¹ No título
de jornal lê-se, citando um discurso radiofónico de Mitterrand: A Argélia é a
França e a França não reconhece em sua própria casa outra autoridade que não a
sua.
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