Baptista Bastos é um individuo com sorte: para além da propensão natural
que os portadores de papillons têm para não serem levados a sério, Herman
José pasteurizou-lhe o discurso quando o popularizou a perguntar a propósito
e despropósito onde é que todos estavam no 25 de Abril. Foi assim que os seus pergaminhos
do jornalismo e do antifascismo se transformaram numa grande paródia a que o
próprio Baptista Bastos teve que se render. Mas ocorreu-me reeditá-los, a
propósito de um artigo seu, aparecido num blogue da vizinhança, originalmente
publicado na primeira edição do semanário O Jornal, aparecida nas bancas a 2 de
Maio de 75. Ainda bem que o fez, porque estas coisas da memória têm muito de amnésico quando o tema são as opiniões pouco democráticas de democratas de
outras estirpes de democracia.
Pelo seu conteúdo, até parece que Baptista Bastos estivera a acabar o
artigo à pressa e nem se dera conta do que acontecera no dia anterior no
Estádio 1º de Maio, quando a delegação do PS fora impedida de entrar na tribuna
(acima) por não haver lugar nos camarotes para os partidos divisionistas –
CGTP dixit. Quanto ao artigo (abaixo, clicar em cima para o ampliar), é uma
tentativa canhestra de reinterpretação dos resultados eleitorais das eleições que tinham acabado de ter lugar no 25 de Abril (de 75!) e para tentar desvalorizar a
vitória eleitoral do PS. Já lá se reconhece o estilo
que mais tarde se popularizaria em forma de farsa, com Baptista Bastos a forjar
uma cumplicidade próxima com Mário Soares que nunca existiu (ao menos não tem a lata de o tratar
por tu…), mas o melhor é mesmo ler o artigo na íntegra para não perder pitada.
Depois de ler isto que está aqui em cima, apetece lembrar como foi bom que tivesse havido um 25 de Novembro para que hoje nos possamos rir
das farçoladas de Baptista Bastos… E quando ouvi um senhor presente na vigília de ontem a berrar que a
democracia tem que acabar, apeteceu-me mandá-lo… para o Baptista Bastos.
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