24 janeiro 2021

O ACIDENTE NUCLEAR DE GOLDSBORO

Em 24 de Janeiro de 1961 um bombardeiro B-52 norte-americano cumpria uma missão de alerta de 24 horas sobre o Atlântico voando junto à costa das Carolinas com dois engenhos termonucleares Mark 39 a bordo. Quando de uma das missões de reabastecimento no ar notou-se que o aparelho estava a vazar combustível por uma das asas mas decidiu-se prosseguir a missão até que o B-52 consumisse o combustível restante e pudesse aterrar mais leve e, por isso, em maior segurança. Porém, em minutos se percebeu que a fuga era crescentemente mais importante do que o que inicialmente se previra (o B-52 perdera 17 toneladas do combustível) e que o avião teria de regressar de imediato à sua Base Aérea de Seymour Johnson em Goldsboro na Carolina do Norte.
Nunca lá chegou. A aeronave tornou-se progressivamente mais difícil de controlar e voava já a 9.000 pés de altitude e sobre terra quando o comandante foi obrigado a dar ordem de a abandonar. Dois dos oito tripulantes nunca o chegaram a fazer. O B-52 desintegrou-se a 600 metros de altitude e ainda a 20 km da pista e os destroços – incluindo as duas Bombas H que transportava, que foram ejectadas de forma automática sustentadas em para-quedas – espalharam-se por uma área de 500 hectares. Além dos dois tripulantes que ainda permaneciam no avião, um dos outros seis que saltaram também faleceu. Pior, as descobertas das equipas de salvamento e de investigação que se precipitaram para o local em busca de homens e bombas não foram nada reconfortantes, conforme as revelações de um relatório que só se tornou publico em 2012.
Num dos casos daquelas, o para-quedas não se abriu e a bomba atingiu o solo como se se tratasse de uma bomba convencional. Felizmente, as características do solo, esponjoso, fizeram com que os explosivos convencionais que possuía não detonassem no impacto e que os diferentes componentes da arma se enterrassem solo abaixo, desde uma profundidade mínima de 6 metros (a cauda) até aos 16 (o núcleo mais pesado com o combustível). Todavia, o outro caso foi muito mais grave pois, se o para-quedas se abriu, descobriu-se, à posteriori, que todos os redundantes dispositivos de segurança (há quem fale em quatro, há quem mencione seis dispositivos) concebidos para impedir que a bomba se armasse inadvertidamente falharam, à excepção de um
Gostaria de ajudar o leitor a especular sobre quais teriam sido os caminhos da História Alternativa se a Bomba H tivesse efectivamente detonado naquele dia sobe os céus da Carolina do Norte. Dada a natureza rural do território, o número de vítimas até poderia ser comparativamente diminuto se se considerar a capacidade de destruição de armamento que fora concebido para detonar sobre concentrações urbanas e matar milhões. Mas o simbolismo do acontecimento superaria isso tudo: recorde-se que o 11 de Setembro de 2001 provocou apenas 3.000 vítimas. Mas é sobretudo a data do acontecimento que o torna potencialmente passível de poder ter mudado toda a história da Humanidade: em 24 de Janeiro de 1961, John F. Kennedy havia tomado posse há apenas quatro dias

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