Uma entrevista de meia hora não se cinge a uma frase. Mas há frases que se destacam das entrevistas sobretudo se, como acontece no caso acima, possuem um valor acrescido por causa da identidade de quem as profere, Vitorino Silva, que todos conhecem por «Tino de Rans». Note-se o desmentido da alegada «falta de maneiras» que o terá excluído da grelha dos debates entre gente civilizada. Note-se a sua contenção de frisar que o «apalhaçamento» do «nosso presidente» foi apenas «um bocadinho», não foi muito. Assumindo a evidência que Marcelo vai ser reeleito, o que fica por descobrir é o grau de apalhaçamento q.b. que poderá render mais votos aos seus concorrentes. E convém esclarecer que ele há palhaços que não concorrem directamente, mas que podem contribuir directamente nas eleições com as suas intervenções apalhaçadas, nomeadamente os deputados do PS, PSD, BE e PCP que estão a bloquear a suspensão de mandato pedida por André Ventura. O visado agradece: em eleições em que não há nada de substantivo para apresentar, os episódios de bullying tornam-se um bónus, como o comprova o caso da exclusão dos debates do Tino, rapidamente rectificada. Decididamente, estas eleições presidenciais só existem porque estão lá no calendário e não têm utilidade nenhuma.
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