4 de Dezembro de 1979. Na sequência das eleições legislativas intercalares, que haviam tido lugar dois dias antes, o Diário de Lisboa adoptava uma prática, infelizmente entretanto perdida, de publicar um extenso quadro com o nome de todos os deputados que haviam sido eleitos, desdobrados por cada partido. Não se tratava - e continua a não se tratar - apenas de se saber o número de deputados que haviam sido eleitos por cada uma das listas concorrentes, era também a questão mais importante de conhecer as suas identidades. Quarenta anos depois, já não somos tão ingénuos e sabemos quanto o regime de substituições que se processam posteriormente à eleição podem alterar significativamente a composição das assembleias eleitas. Algumas das substituições explicam-se por si próprias (será o caso dos deputados eleitos que passam a governantes), outras são-no bastante menos (caso da não muito distinta carreira parlamentar de Álvaro Cunhal, já aqui analisada neste blogue) . De toda a maneira, a publicação e publicitação da identidade daqueles que foram os directamente eleitos - agora tão esquecida - impõe-se por maioria de razão, para melhor controle dessa circulação interna de representantes do povo, uns eleitos directamente das listas, outros como sucedâneos. Esse controle não pode ser só - tem de ser, aliás, muito mais do que - uma questão de Joacines...
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