O aspecto esverdeado desta prancha dever-se-á a um erro de impressão das cores da revista Tintin, de onde copiei esta aventura de Astérix Legionário. Apesar destas vicissitudes, creio que me irei repetir no elogio quanto a qualidade das traduções destas versões publicadas naquela venerável revista semanal são superiores às dos álbuns. Nem de propósito, tomemos o exemplo da terceira tira desta prancha e da canção que é entoada pelo centurião das calendas quando Astérix abre a porta. A versão acima, a letra é a do refrão das "Lavadeiras de Caneças", uma canção que era então muito conhecida, interpretada por Amália Rodrigues:
A mesma passagem no álbum é completamente diferente. Limita-se a traduzir a versão francesa. E esta última é uma alusão a uma canção francesa intitulada "Les Lavandières du Portugal".
A canção, que fazia parte de um filme homónimo de 1957, terá registado algum sucesso em França, mas passou totalmente desapercebida entre os portugueses, que os autores ali pretendiam retratar. O tap, tap e tap, que fariam sentido para os leitores franceses que conhecessem o refrão da canção original (abaixo), passam completamente desapercebidos ao leitor português, por muito que a canção tivesse - só aparentemente - a ver com o seu país.
Na versão portuguesa e para canção alusiva a lavadeiras, parece-me muito mais eficaz a escolha da da Amália (como eventualmente seria também a de Beatriz Costa). Por todos estes cuidados, parece-me muito mais cuidado o trabalho de tradução das histórias publicadas pela revista Tintin, ao ponto de compensar os incidentes de impressão de cores.
As origens completamente díspares dos recrutas são uma alusão evidente à composição da Legião Estrangeira francesa.
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