A causa do feminismo teria recebido um impulso muito grande se... se confirmar a nomeação de Ursula von der Leyen e de Chistine Lagarde para os dois mais importantes cargos da União Europeia, o de presidente da Comissão e de presidente do Banco Central Europeu. A acontecer, será a primeira vez em que a Europa virá a ser dirigida simultaneamente por duas mulheres. Mas o emprego acima do condicional ("teria recebido") a respeito da atitude das feministas deve-se à constatação que essa causa do feminismo mostra ser uma fraude: ao contrário do que se esperaria, as preocupações com o reconhecimento do género subordinam-se ao posicionamento político de quem é reconhecido. Comprova-o o silêncio ribombante como as duas nomeações estão a ser acolhidas por personagens que recordamos de outros carnavais, celebrando acontecimentos bem menores (acima, à esquerda), só porque os episódios de agora envolvem outros quadrantes políticos. E esta escolha do exemplo de Ana Gomes (ex-deputada europeia) para demonstrar a clamorosa incoerência é apenas simbólica de toda uma colecção de palermas que, pela sua discrição colectiva do momento, dão mostras da hipocrisia que está subjacente ao discurso feminista mais militante. O mérito às mulheres, mas só às de esquerda...
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