A melhor forma de explicar sucintamente quem foi a sra. Chamoy Thipyaso (acima) é descrevê-la como a dona Branca da Tailândia. Se bem que os esquemas fraudulentos protagonizados pelas duas senhoras não sejam idênticos, há vários aspectos paralelos, nomeadamente o facto de que o colapso das respectivas organizações ocorreu na década de 80, com apenas alguns anos de intervalo. Mas se a dona Branca é apenas um fenómeno nacional, a sra. Chamoy alcançou a reputação mundial quando, a 27 de Julho de 1989, cumprem-se hoje precisamente trinta anos, foi condenada a 141.078 anos de prisão, uma pena que constitui um record mundial absoluto das sentenças mais extensas. Por uma vez, pareceu que a justiça tailandesa se inspirou no milagre multiplicador a que estes esquemas Ponzi costumam obedecer, e aplicou-lhe uma sanção que parecia reproduzir os ganhos futuros que haviam sido prometidos aos incautos aderentes ao esquema que a ré encabeçara. (Para comparação, diga-se que a justiça portuguesa, leniente, condenou dona Branca apenas a um ano de prisão) O Supremo Tribunal tailandês refreou contudo a especulação condenatória, e reduziu-a a um máximo decente de 20 anos, dos quais a sra. Chamoy não chegou a cumprir 8. Mas de uma fama de record Guiness não se livrou: é que, condenada a 11 anos do fim do século XX, só acabaria de cumprir pena em pleno século MCDXXXI!
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