Passou discreta mas eu consegui anotar no meio do espectáculo espontâneo que foi o discurso de Marcelo Rebelo de Sousa no XXXV congresso do PSD, a referência ao regresso da moda da barba, visível em Marco António Costa (neste vídeo, aos 2:15) e que entretanto já contagiou Paulo Rangel (à direita). Num discurso avuncular e que se pretendia repleto de memórias, nem percebo como Marcelo não terá tentado explorar melhor aquela época de há 30 anos em que era quase imperativo que os jovens ambiciosos do PSD (como ele) ostentassem barba, como se a pogonofília fosse (como agora se parece repetir) muito mais do que uma estética, um modelo de assertividade política e uma proclamação de espectativas para o seu próprio devir. Em jeito de remate diga-se que alguém mais sensível à estética poderá notar que nestes 30 anos se perdeu algum requinte aristocrático no design...
¹ Alerto para que os sítios que explicam o significado de palavras com o sufixo –filia tendem a realçar sobretudo a faceta sexual do significado da palavra. Nessa perspectiva, um columbófilo pode tornar-se alguém com uma fixação sexual em pombos, em vez de alguém que apenas os cria. A sério: um pogonófilo é apenas aquele que gosta de barbas, sem a necessidade de qualquer implicação sexual.
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