Encadeando-se no imediatamente abaixo, este meu poste explora as descobertas da radiestesia do professor Tournesol, nomeadamente uma que aparece mencionada no final de Voo 714 Para Sidney, uma haste de metal que oscilava violentamente sob o seu pêndulo inquiridor, que o professor veio a descobrir conter cobalto no estado nativo, numa forma que não há no nosso planeta, donde ele concluía que o misterioso objecto era de origem extraterrestre.
Na década anterior ao aparecimento da aventura de Tintin (1968), por causa da Guerra-Fria, o cobalto tornara-se um elemento favorito das histórias de ficção científica. O físico Leó Szilárd mencionara-o certa vez numa entrevista na rádio como o componente indicado para sujar um dispositivo nuclear – por causa da extensão da meia vida do seu isótopo Co60 – e a partir daí uma bomba de cobalto era um adereço demonstrativo da maldade dos maus.
Quando da publicação do Voo 714 Para Sidney, já a conspiração vermelha fora largamente substituída pela conspiração extraterrestre, embora o mistério do cobalto se mantivesse. Porém, o comentário de Tournesol está (surpreendentemente, para um livro de Hergé) cientificamente errado: não há cobalto no estado nativo na natureza mas ele pode ser refinado apresentando-se com a cor cinza-metalizada brilhante da fotografia abaixo – que foi tirada no planeta Terra...
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