Ouvi ontem na Quadratura do
Círculo uma analogia de que gostaria de ter sido autor. A que compara os ritmos
da actual discussão política em Portugal a uma espécie de mega partida de
futebol, onde as celebrações se sucedem conforme a evolução do marcador. Especificando
aquilo que ontem disse José Pacheco Pereira, depois de um autogolo
governamental na própria baliza com o relatório do FMI na semana passada, a
equipa de Vítor Gaspar redimiu-se nesta com a operação de colocação de 2.500 milhões de dívida pública, que também foi pretexto para celebrações e festejos.
Não me referira no blogue ao primeiro episódio (o do relatório do FMI), que
considerei menor, o que aliás tem vindo a ser corroborado pelas vicissitudes que se têm associado a um dos seus principais relatores, mas suponho ter sido subtilmente instado a me pronunciar sobre este segundo. Continuando nas metáforas (agora
minhas) referentes a jogos, parece que estivemos a assistir a um de desfecho previsível, onde as cartas haviam sido viciadas de antemão, atente-se aos resultados alcançados previamente na colocação da dívida espanhola. Mas que, como o anterior,
foi um grande feito mediático…
Infelizmente para nós e como
diz um famoso ditado norte-americano, desconfio que quaisquer celebrações sejam prematuras porque the show ain´t over till the fat lady sings…
Quando as comparações que agora se fazem são com a Espanha ou a Itália, sinto-me mais aliviado. É que ainda há poucas semanas atrás a maioria dos comentaristas encartados desta nossa praça continuava a insistir na tese de que estávamos a seguir o caminho da Grécia e que só a circunstância de termos começado mais tarde o programa nos distinguia… Parece que, afinal, não é bem assim; e ainda bem!
ResponderEliminarClaro que não há razões para embandeirar em arco porquanto continuamos bem no meio da borrasca. Contudo, em três anos de completa escuridão, sabe bem avistar uma luzinha, ainda que distante e trémula.