25 outubro 2011

KA MATE! KA MATE! KA ORA! KA ORA!

Com um vídeo de há 7 anos atrás de um Haka dos All Blacks precisamente contra a França - o Haka original, o Ka Mate, e não a versão mais recente Kapa O Pango - ainda capitaneado pelo memorável Tana Umaga, me despeço desta Taça do Mundo com algumas opiniões que quero compartilhar. Não fiquei desapontado com a qualidade do râguebi jogado na final porque não quis criar expectativas quanto à sua espectacularidade. Por causa do passado, acho preferível moderar as expectativas em relação a finais da Taça do Mundo. Até houve ensaios – ao contrário do que aconteceu em 1995 e 2007

Confirmando o aforismo que cada jogo tem a sua história, o embate da final não teve nada de semelhante com os 37-17 com que os All Blacks haviam mimoseado os seus adversários na fase de grupos. Foi um jogo cerradamente disputado com um vencedor justo e um vencido digno. Mas constata-se que o râguebi é cada vez menos um jogo de XV e cada vez mais um jogo de XXII, quando não de mais uns quantos. A perda de qualquer jogador, por muito influente que seja, já não pode servir de justificação para os maus resultados. Mesmo sem Dan Carter a Nova Zelândia conquistou o título…

E houve jogos excepcionais. Entretanto, será impressão minha ou este género de defesa agressiva sem dar tempo aos oponentes está a tornar o jogo progressivamente mais agressivo? Não fui consultar estatísticas para verificar evolução da frequência das lesões de sangue, mas o número de médios que foram parar ao estaleiro – se bem contei, por lesões, os All Blacks usaram 4 médios de abertura durante a Taça do Mundo… – pareceu-me uma anomalia ou então uma coincidência. Não irei gostar se daqui por uns anos o IRB tenha que recomendar a adopção de capacetes como os do futebol americano. Adenda: Abaixo, a cara de Morgan Barra, o abertura francês ao chegar a Paris, três dias depois da final...

Finalmente, para aqueles que aqui há quatro anos atafulharam de elogios a actuação dos Lobos, quando, na minha modesta opinião, ela não passou de uma prestação mediana de acordo com o que seria de esperar dela, seria bom que agora pusessem os olhos na prestação da selecção da Geórgia, uma das duas selecções – a outra é a da Rússia – com quem ultimamente disputamos as presenças nas Taças do Mundo. É que a Geórgia conseguiu aquilo que nós não conseguimos há 4 anos: fugir mais uma vez ao último lugar do seu grupo agora batendo concludentemente a selecção da Roménia por 25-9!


4 comentários:

  1. Por um ponto se ganha,por um ponto
    se perde...e a NZ mereceu a Taça do
    Mundo,pelo que fez na fase de grupos e no "bota fora"
    Quer-me parecer que as lesões de
    sangue foram mais frequentes nas
    meias-finais e finais,o que será
    compreensível,não só pelo resultado
    mas também pelo cansaço de um mês
    de "combates"Viu-se,na final,como
    o Piri Weepu estava a precisar de
    descanso
    Quanto aos Lobos,irão ter problemas,talvez não com a Rússia,
    muito fraquinha nesta Taça,mas
    certamente com a Geórgia,em grande
    progressão,e a Roménia também não
    nos dará facilidades.

    Abraço

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  2. Acrescentei uma fotografia do Morgan Barra. "Aquilo" acontece com frequência mas é muito menos frequente acontecer a um médio de "abertura"...

    Não concorda, Paulo? Por isso falei nos capacetes...

    Abraço

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  3. È verdade!aquilo são"estragos"mais
    para avançados,e ensaios para 3/4,
    mas aconteceu um belo ensaio do
    asa Tierry Dusantoir,o melhor de
    2011.
    Abraço

    PS-tive acidente c/tlm,fiquei s/
    contactos

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  4. Excerto deste meu post http://timanel.blogspot.com/2011/10/outra-vez-1-ponto.html

    "O número de lesões foi grande. Quer as lesões musculares quer as substituições por lesões de sangue foram inúmeras. Isto leva à conclusão que o rugby se está a tornar cada vez mais físico e a requerer a atenção do IRB. Esta questão tem também muito a ver com a condição física e porte atlético dos jogadores. O tempo em que as linhas atrasadas eram os "fraquinhos" e os avançados "gordos e pesados" já passou. A mobilidade dos avançados melhorou incrivelmente sem lhe diminuir o peso e por outra lado a estampa atlética dos "fraquinhos" aumentou imenso sem lhes tirar a velocidade. Quer isto dizer que a capacidade de combate se uniformizou dando, provavelmente, origem a este rugby de permanente confronto fisico entre "iguais";"

    Quanto aos Lobos e a sua prestação em 2007 muito haveria a dizer. A qualificação foi excepcional porque, sem retirar nenhum mérito, a eliminatória final com o Uruguai foi, como dizer... "sui generis".
    Quanto á Geórgia há que perceber que o governo deste país elegeu o rugby como o "seu" desporto e, em consequencia, mobiliza verbas enormes para a sua divulgação o que a prazo dará os seus frutos, lembrando ainda que a a maior parte dos seus jogadores jogam no Super 14 francês, provavelmente o campeonato mais competitivo (e com mais dinheiro) do Hemisfério Norte.
    As loas á prestação dos Lobos foram mais "Wishfull thinking" dos média que outra coisa, apesar de eu ter sido "feliz" em Lyon.
    A nossa Federação não soube aproveitar a "onda" e continua-se a perder nos seven onde, apesar de estarmos na Taça do Mundo, nunca passamos do parente pobre.

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